Atrativos

Patrimônio

Casa 01 - ROTTA FILHO, Carlos

Foto de capa da Casa 01 - ROTTA FILHO, Carlos

Histórico

Carlos Rotta Filho, filho de imigrantes italianos, nasceu em 1886 e desde bem jovem ajudava o pai nos negócios da família, uma casa comercial e um matadouro. Trabalhou também em Porto Alegre na empresa Frederico Mentz & Cia. Em 1910 retornou à Antônio Prado, e aos 25 anos se casou com Elvira Dotti. O casal teve sete filhos. Em 1929 Carlos Rotta adquiriu os lotes nº 3 e 4, no centro de Antônio Prado e construiu esta casa entre 1930 e 1931. A intenção era construir uma grande casa de alvenaria para a família, mas por influência do sogro, José Dotti, o prédio foi feito em madeira, com dezesseis peças entre salas, varandas, banheiro, sete quartos e dois porões no subsolo.

A casa sempre foi usada como residência. Em depoimento, a filha Ivone Rotta contou que a casa foi reformada diversas vezes. “Tinha uma entrada com corredor e porta. Na frente tinha uma escadinha com quadros enormes pintados (...) a área com (...) lambrequins (...) meu pai mandou tirar porque minha irmã casou e ali fez o quarto dela... foi fechada aquela parte da frente.” (ROVEDA, 2005). O pátio tinha pomar com diversas árvores frutíferas e muitas caixas de abelhas.

 

Arquitetura

Nesta casa é possível verificar uma característica interessante se confrontarmos com a casa vizinha - a Casa Guerra (02). Os beirais dos telhados estão na mesma altura, mesmo tendo a Casa Guerra dois pavimentos e esta, apenas um. Certo que a Casa Guerra está em um nível um pouco abaixo, mas isto se deve ao fato que o sótão desta casa é mais amplo, tendo paredes laterais e o da casa vizinha, não. O beiral e amplo sótão. Possui cobertura em duas águas com oitão paralelo à via e telhas cerâmicas do tipo francesas. As tábuas são do tipo macho-fêmea na fachada frontal e com mata-juntas nas laterais e são da altura do piso ao peitoril das janelas do sótão. As janelas são em verga reta de abrir à francesa e tampões internos. São três no piso térreo e duas no sótão. No térreo, nota-se que a janela do meio não está centralizada e acima da janela de baixo existe uma insólita desta casa está na altura do peitoril das janelas do sótão e o da Casa Guerra está na altura do piso do sótão.

Se apresenta com porão, piso térreo com acesso lateral janela como uma bandeira basculante.

 

 

local

Avenida Valdomiro Bochese, 214, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 01 - ROTTA FILHO, Carlos

Casa 02 - GUERRA, Antônio

Foto de capa da Casa 02 - GUERRA, Antônio

Histórico

Antônio Guerra (Bergamo, 1868-1929) e Rosa Alberti (Veneza, 1870-1954), agricultores vindos da Itália, construíram a casa entre os anos de 1900 e 1910, na área de 750 m² adquirida no mesmo período. A residência tinha, na época, a cobertura de  tabuinhas ou scandole. Ignez, uma das filhas, relata (ROVEDA 2005) que a parte térrea consistia de uma sala e um quarto na parte da frente; atrás havia mais um quarto e uma varanda; depois um corredor que dava na cozinha e da cozinha um acesso para a sala de jantar. Na cozinha se destacava o focolare, fogão de chão feito de tijolos, e uma grande mesa para as refeições da família. No pavimento superior havia outros quartos e mais acima ficava o sótão, com salão sem divisões, utilizado muitas vezes para a secagem de cereais. Ao fundo do lote, além da horta, havia um galpão para depósito de lenha, o forno, um parreiral e um pomar com figueiras, ameixeiras, entre outras árvores frutíferas.

Em 1946, Rosa e os filhos, venderam o imóvel para José Dalla Zen. Na sala da frente instalou sua selaria e o restante da casa para moradia. Após seu falecimento, a filha Maria ficou com a casa, depois repassada para Sônia e Delgio Montanari. 

 

Arquitetura

Esta casa do início do século XX possui dois pavimentos com pequeno porão e sótão. Todas as paredes são com largas tábuas com mata-juntas no tamanho quase dos dois pavimentos. As emendas se fazem acima do peitoril e das vergas das aberturas do térreo. A cobertura é em duas águas com oitão paralelo à via e telhas cerâmicas do tipo francesas.

Está assentada em um alicerce de pedras regulares com juntas marcadas. Sua fachada frontal se apresenta com três eixos forométricos com aberturas em verga reta. No térreo, uma porta central ladeada por janelas; no pavimento superior, três janelas e no sótão, uma ao centro. As janelas são de guilhotina com tampões internos e a porta em duas folhas com duas tábuas de madeira cujo acesso se dá por uma escada de pedra de três degraus externos e mais dois internos, já que o nível do piso interno é superior ao da soleira. Acima da porta, configurando uma bandeira, uma pequena janela que não segue o alinhamento das vergas das janelas.

 

 

local

Av. Valdomiro Bocchese, 218, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 02 - GUERRA, Antônio

Casa 03 - FEDUMENTI, Attilio

Foto de capa da Casa 03 - FEDUMENTI, Attilio

Histórico

Attilio Fedumenti foi o primeiro proprietário deste imóvel. Ele era mecânico e músico, profissão do seu pai, Vitto Fedumenti, que estudara música em Vicenza e, em Caxias e Antônio Prado, foi regente e mestre de bandas e compositor. Catharina, sua mãe, foi funcionária dos Correios e Telégrafos (a casa sediou a agência por um tempo).

Attilio construiu a casa após casar-se com Ida Tergolina, em 1914. Em 1922 venderam o imóvel para Vicente Palombini, que realizou uma permuta em 1927, com Marco Bocchese. Em 1931, Marco vendeu para José e Virgílio Dotti e estes, para Ruggero Pasa, em 1946.

Em 1958, Deomar Carlos Rotta e Antonietta Buratto, adquiriram a casa. Antes da mudança, fizeram uma grande reforma: construção da área lateral, alteração de paredes internas, “puxadinho” com acréscimo de uma cozinha, sala de costura, banheiro - local onde antes tinha um poço – e pintura. Também foi feita uma escavação para situar o porão abaixo da casa.

Em 1996, a casa foi restaurada com recursos do IPHAN. A porta original, guardada pelo casal, foi recolocada, a sala de costura transferida para a frente - facilitando o acesso dos clientes – e construído um anexo de alvenaria, com cozinha e banheiro maiores.

 

Arquitetura

A principal característica desta casa é a graciosa varanda lateral tendo as vergas retas os cantos adoçados. É uma casa térrea com porão e amplo sótão.

Sua fachada frontal apresenta-se com uma porta central e duas janelas laterais. No sótão, duas janelas. As aberturas são em verga reta. As janelas de guilhotina com tampões internos e a porta com duas folhas, tendo a parte superior envidraçada e com bandeira fixa e envidraçada. O acesso se faz, também, pela varanda através de uma escadaria. A cobertura é em duas águas com telhas cerâmicas do tipo francesas. A varanda é coberta com uma água cuja cumeeira situa-se na altura dos peitoris das janelas do sótão, sob o beiral. As tábuas utilizadas nas paredes são do tipo macho-e-fêmea com friso na fachada frontal e com mata-juntas nas fachadas laterais e na varanda. O guarda-corpo da varanda é feito com finas tábuas, retas e espaçadas.

local

Avenida Valdomiro Bochese, 228, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 03 - FEDUMENTI, Attilio

Casa 04 - PASTORE, Carlo

Foto de capa da Casa 04 - PASTORE, Carlo

Histórico

Carlo Pastore, imigrante italiano, morava com a família no interior do município e em 1918 comprou esta área onde já havia uma casa de madeira e galpões. A filha e o genro colocaram ali um açougue, uma gasosaria e uma cervejaria, que duraram pouco tempo, devido à falta de refrigeração na época.

A casa foi construída em 1931. A madeira veio da serraria de Rogerio Travi e beneficiada na marcenaria dos irmãos Nodari. Trabalharam na construção Antônio Perosa, (genro de Carlo), Amancio Scopel e Angelo Rigon, marceneiros.

Olinto Buratto e Cecilia Bertelli alugaram o imóvel e instalaram ali pensão e restaurante. A entrada principal da casa dava para um grande salão com copa e saleta. Na cozinha ficava também o poço. O piso superior abrigava oito quartos e no sótão mais três peças. O banheiro, de  madeira, ficava nos fundos onde havia também um galpão e um pequeno arroio onde lavavam as roupas. No porão guardavam produtos de alimentação e lenha.

Por volta de 1935 o telhado de tabuinhas foi substituído por zinco. Em 1941, a família Aver assumiu o hotel, até 1961, quando Ernesto Carra adquiriu o imóvel e instalou um comércio de secos e molhados. Em 2001 a casa foi restaurada pelo IPHAN.

 

Arquitetura

Este casarão de esquina teve seu uso inicial como hotel e restaurante, além de moradia. O bloco menor, a oeste, foi construído em 1935 como ampliação do hotel. Ambos os blocos possuem dois pavimentos, sendo o maior com sótão e porão. As paredes são de tábuas de madeira com mata-juntas com altura dos dois pavimentos. Um pequeno friso horizontal marca o piso do sótão. A cobertura é em duas águas com o oitão paralelo à avenida. As telhas são de aço zincado no bloco maior e cerâmicas do tipo francesas no bloco menor. Os eixos forométricos são dois no bloco menor, três na fachada principal do bloco maior e quatro na fachada lateral. As aberturas são de verga reta, sem bandeira. As portas são em duas folhas, com a parte superior envidraçada e as janelas são de abrir à francesa com tampões internos. O térreo possui uma janela e uma porta no bloco menor, uma porta central e duas janelas laterais na fachada principal do bloco maior e quatro janelas na fachada lateral. No pavimento superior, uma janela acima de cada abertura do térreo e duas janelas centralizadas no sótão.

local

Av. Valdomiro Bocchese, 284, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 04 - PASTORE, Carlo

Casa 05 - SASSET, Giovanni

Foto de capa da Casa 05 - SASSET, Giovanni

Histórico

Esta casa pertenceu, inicialmente, a Giovane Sasset, que residia no Município de Vacaria e sua  construção ocorreu entre 1910 e 1914.

Em janeiro de 1914, o imóvel localizado na Rua da Paz (atual Valdomiro Bocchese), foi adquirido pela Società del Mutuo Soccorso Vittorio Emanuele III, no ato representada pelo seu presidente Pietro Calliari. A casa, assim como o outro prédio de alvenaria da Sociedade, era utilizada para abrigar pessoas necessitadas, servindo como posto de atendimento.

Em 1924, a Sociedade vendeu o imóvel para a “Companhia Telephônica Riograndense” e em 1954 a Companhia o vendeu para o comerciante Ermelindo Luiz Aver. Em 1971, Laurindo Carissimi, adquiriu a propriedade de Aver. Em 1998, o filho Orlando Carissimi obteve  a posse do imóvel  por ato judicial.

A casa foi toda restaurada em 1992, com recursos do IPHAN/12ª Superintendência de Porto Alegre e do proprietário. Na restauração foram feitas algumas modificações. A ampliação existente foi retirada, dois banheiros foram construídos: um no lugar da despensa, no piso superior, e o outro no pavimento térreo. O local sempre teve ocupações variadas, de serviço, comércio e moradia.

 

Arquitetura

Esta casa de madeira se caracteriza pelo marcado porão em alvenaria de uso comercial e o piso térreo de uso residencial. Além do porão e do piso térreo, possui ainda um amplo sótão. Do bloco inicial com cobertura em duas águas e frontão paralelo à via foi acrescentado, no lado de cima a oeste, um volume no mesmo alinhamento com cobertura em uma água. Pela lateral se faz o acesso à residência.

O porão abriga duas atividades comerciais distintas. As aberturas são em verga reta. Na fachada principal do bloco inicial aparecem uma porta central e duas janelas com duas folhas de abrir à francesa e com grades. No térreo, duas janelas de guilhotina, assim como no sótão. As janelas da fachada lateral seguem o mesmo padrão e no volume acrescentado, a janela é de tamanho menor. As paredes são com tábuas largas com mata-juntas indo até o beiral lateral e quase ao peitoril das janelas do sótão. As telhas são cerâmicas do tipo francesas.

local

Av. Valdomiro Bocchese, 285, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 05 - SASSET, Giovanni

Casa 06 - PALOMBINI, Calvino

Foto de capa da Casa 06 - PALOMBINI, Calvino

Histórico
Calvino, filho único do farmacêutico Vicente Palombini e de Emma Noll, iniciou sua carreira profissional como farmacêutico prático, seguindo os passos do pai. Mas sua paixão era a eletricidade e nessa área atuou durante a construção do Moinho Nordeste e em vários outros locais. Foi também operador de cinema no Clube União e depois sócio do Cine Rex.
Calvino casou-se em 1930, com Vilma Bocchese e, em 1931 após a conclusão da obra, mudaram para o imóvel onde foi utilizada a madeira da primeira farmácia do seu pai, localizada na esquina onde hoje se encontra o hospital São José.
Em seu formato original a edificação era composta, no térreo, por uma sala/copa, cozinha com refeitório e fogão a lenha, o quarto do casal e uma sala onde funcionou por um tempo o Cartório de Registros Públicos, do qual Calvino foi titular. E no piso superior, dois quartos para os filhos e um grande salão para secar roupas em dias de chuva. No pátio ficava o pomar, horta, forno, galpão, chiqueiro e galinheiro.
No ano de 2023 a casa, de propriedade de 3 herdeiros, foi recuperada com reformas e construção de anexo no seu lado esquerdo.

Arquitetura
A residência de Calvino Palombini é uma edificação térrea com amplo sótão construída, em parte, com a madeira da antiga farmácia de seu pai, Vicente. Nas fachadas laterais permanecem as tábuas largas com mata-juntas, enquanto na fachada principal foram utilizadas tábuas do tipo macho-e-fêmea. As tábuas possuem a altura do piso ao peitoril das janelas do sótão e do beiral.
A cobertura é em duas águas com oitão paralelo à via e com telhas cerâmicas tipo francesas que substituíram as originais tabuinhas. Lambrequins ornam o beiral frontal. As aberturas são compostas por uma porta central ladeada por janelas no térreo e duas janelas centralizadas no sótão. Todas com bandeira fixa envidraçada. As janelas são em duas folhas de abrir à francesa e possuem tampões internos. A porta segue o mesmo princípio e substituiu a original que possuía ampla bandeira. O jardim lateral é delimitado por um harmonioso muro de tijolos à vista com espaços vazados.

local

Av. Valdomiro Bocchese, 321, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 06 - PALOMBINI, Calvino

Casa 07 - SOCIETÀ DEL MUTUO SOCCORSO

Foto de capa da Casa 07 - SOCIETÀ DEL MUTUO SOCCORSO

Histórico

Società del Mutuo Soccorso Vittorio Emanuelle III foi fundada em 1911 por 26 imigrantes italianos, com objetivos de unir esforços para ajuda mútua como auxílio doença, auxílio funeral, opções de lazer e entretenimento para a comunidade de imigrantes em Antônio Prado. Durante a Segunda Guerra Mundial, teve seus documentos recolhidos pela polícia, e o nome passou a ser Sociedade Pradense de Mútuo Socorro.

O prédio abrigou, por um tempo, a farmácia de Vicente Palombini, e entre os anos 1919 e 1921, iniciaram no prédio, as atividades educacionais dos Irmãos Maristas no município. Em 1967 foi construído mais um pavilhão de alvenaria e ali funcionou um restaurante e um salão de festas. O salão, em 1999, foi reformado com verbas do Ministério da Cultura, Prefeitura e associados da entidade e atualmente é usado para lazer, com salas de jogos, bochas e um bar.

O conjunto arquitetônico foi tombado pelo IPHAN em 1989 e, em 1995 serviu de cenário – como Intendência Municipal - para gravações do filme O Quatrilho.

 

Arquitetura

O casarão que sedia a atual Sociedade Pradense de Mútuo Socorro é uma austera construção de alvenaria de tijolos, de composição clássica e sem grandes ornamentações.

Sua fachada principal possui cinco eixos forométricos com aberturas em arco abatido. Nos cunhais, pilastras com ressaltos na base e frisos horizontais próximos à larga cimalha que percorre toda a fachada junto ao beiral da cobertura em quatro águas de telhas de aço zincado. Um friso horizontal marca o piso do pavimento superior e envolve as pilastras. As janelas apresentam tampões externos em madeira em quatro folhas que permitem sua abertura ocupando apenas a espessura das grossas paredes. Internamente possuem duas folhas envidraçadas de abrir à francesa. As portas são igualmente com quatro folhas, almofadadas e com a parte superior envidraçada. As duas possuem bandeiras: a da porta de baixo fixa e envidraçada, a de cima é cega devido ao fato de que as folhas das portas possuem a mesma altura e a soleira desta porta está em um nível superior. Na parede lateral, pintura da bandeira da sociedade com as inscrições S.P.M.S e 1911.

local

Av. Valdomiro Bocchese, 357, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 07 - SOCIETÀ DEL MUTUO SOCCORSO

Casa 08 - DELUCHI, Giuseppe

Foto de capa da Casa 08 - DELUCHI, Giuseppe

Histórico

Giuseppe Deluchi foi oficial de Justiça em Antônio Prado, e em 1930 mandou construir a pequena casa, de oito cômodos, para residir com sua família. Seus filhos trabalharam na obra da casa. Após, a ocupante da casa foi a filha Cesira Deluchi Barrueco, enfermeira e parteira no município. Tempos depois foi construída uma casa maior ao lado desta, onde Cesira passou a morar. A casa de madeira foi então alugada e além de residência foi local de uma alfaiataria e ao longo do tempo, loja de calçados, ateliê fotográficos entre outras funções.

A casa foi reformada em 1977, com substituição da cozinha por uma de alvenaria. A filha de Cesira, Anunciata, herdou a casa que por sua vez foi passada a seus descendentes e utilizada somente para residência.

 

Arquitetura

Esta pequena casa, construída inicialmente para moradia é bem representativa do tipo de arquitetura residencial da cidade. Construída em madeira com largas tábuas com mata-juntas, possui apenas um andar, amplo sótão e cobertura em duas águas com oitão paralelo à via e telhas telhas cerâmicas do tipo francesas. Os beirais são curtos e com um leve galbo perceptível no engrossamento do espelho do beiral frontal.

Na fachada principal do térreo uma porta central com duas janelas laterais. No sótão, duas janelas centralizadas. As janelas são de abrir à francesa. As do térreo, tanto na fachada principal, quanto na lateral são com venezianas. Apresentam molduras, sendo que os elementos verticais se prolongam além do peitoril. A porta é em duas folhas com almofadas na parte inferior, ao centro envidraçada com vidros impressos translúcidos do tipo silésia e grande bandeira de vidro fixa. Aos fundos, foi construído um anexo em alvenaria de tijolos aparentes para abrigar a cozinha.

 

 

local

Av. Valdomiro Bocchese, 373, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 08 - DELUCHI, Giuseppe

Casa 09 - PALOMBINI, Vicente - Farmácia

Foto de capa da Casa 09 - PALOMBINI, Vicente - Farmácia

Histórico

Vicente Palombini, imigrante italiano e farmacêutico prático, chegou ao Brasil em torno de 1900. De São Paulo foi para Bento Gonçalves e, em 1906, durante a epidemia da gripe espanhola, foi chamado pelo intendente Cel. Müller para instalar uma farmácia em Antônio Prado. Inicialmente construiu um sobrado de madeira que serviu de farmácia, moradia e depois, com a chegada do Dr. Osvaldo Hampe em 1916, a primeira Casa de Saúde do município (local do atual Hospital São José).

Em 1930, adquiriu um lote urbano e contratou o mestre de obras Muzzacaro e equipe para construir o prédio de alvenaria, erguido sobre alicerces de pedras talhadas à mão. As aberturas, adornos externos, vidros coloridos, pinturas internas e os móveis de madeira - feitos por Antônio Busetto, de Nova Roma do Sul - deram a sofisticação ao prédio.

No térreo funcionava a farmácia e em cima a residência. Ao lado, foi erguida uma casa de madeira, com sala, cozinha e quartos em cima, ligados por um corredor ao sobrado. Em 1935 esta casa foi demolida e substituída por uma de alvenaria. No terreno havia um galpão e uma fábrica de gelo, esse comercializado na cidade. Em 1967 o Dr. Mario Bocchese, comprou o imóvel, instalou seu consultório e seguiu com a farmácia. Em 1983, a Mitra Diocesana de Caxias do Sul adquiriu o prédio.

 

Arquitetura

O requintado sobrado de esquina que abrigou a Farmácia Palombini se destaca pela sua arquitetura eclética revelada tanto em seus adornos e esquadrias, quanto nas pinturas de suas paredes e tetos e no mobiliário remanescente.

A esquina do prédio é marcada por um chanfro com uma vitrine no térreo e, acima, uma sacada curva sustentada por duas mísulas e com balaustrada de concreto. Duas pilastras laterais percorrem toda a altura, nas quais estão aplicados adornos em forma de círculos com três frisos verticais. As mesmas pilastras comparecem nos cunhais. O embasamento se faz com grandes blocos de granito finamente trabalhados. O beiral com suas mísulas é inspirado na Renascença italiana. A cimalha é composta por óvulos, friso reto e dentículos. As esquadrias são em madeira e vidro com bandeira. São em verga de arco abatido no térreo e reta no pavimento superior. As portas são entalhadas com motivos fitomórficos e as janelas são de abrir à francesa. A caixilharia é variada. Com arco abatido – normal e reverso, círculos, losangos e hexágonos, sendo alguns vidros coloridos.

local

Av. Valdomiro Bocchese, 439, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 09 - PALOMBINI, Vicente - Farmácia

Casa 10 - DALLA ZEN, Napoleão

Foto de capa da Casa 10 - DALLA ZEN, Napoleão

Histórico

Napoleão Dalla Zen, imigrante italiano, chegou ao Brasilem 1887. Em 1917, já em Antônio Prado, mandou construir a casa de madeira para instalar sua selaria no térreo, e a residência no piso superior, com seis quartos e mais espaço no sótão com cobertura de tabuinhas ou scandole. A fabriqueta de produtos de couro empregava em torno de dez funcionários.

Em 1928 o imóvel foi vendido para Pedro Cesa Sobrinho, servidor do Banco do Rio Grande do Sul. A agência foi instalada na parte térrea e portas e janelas foram modificadas. Ao lado foi feito um anexo, onde Pedro montou uma tipografia. 

Em 1988, quando foi aprovado o seu tombamento, a casa pertencia a família de Ophelia Flores Cesa, herdeiros de Pedro Cesa.

No ano de 2003 a Coimca Administração e Incorporação Ltda adquiriu a casa. No  térreo foi colocado um bar e em cima mantido o uso residencial. Os proprietários constataram que a casa não oferecia segurança, e encaminharam proposta de restauração ao IPHAN. Em outubro de 2004 um incêndio atingiu a casa destruindo a maior parte da estrutura. Anos após, a casa foi recuperada com o apoio do IPHAN.  

 

Arquitetura

A Casa Dalla Zen marca a extremidade oeste da face do quarteirão com todos os seus imóveis tombados em nível federal. Trata-se de um casarão de esquina, de madeira de dois andares com sótão e um anexo no lado de baixo com uma particular platibanda com recortes curvos.

O prédio tem cobertura em duas águas com o oitão paralelo à avenida e telhas cerâmicas do tipo francesas. As paredes são com largas tábuas do tipo macho-fêmea com frisos horizontais marcando cada andar. As aberturas são com verga reta. Na fachada da via secundária, no térreo, uma porta com a soleira 50 cm acima das demais e uma janela junto à esquina. No andar superior, três janelas. Na fachada principal, no térreo, três portas, sendo a mais próxima da esquina usada como vitrine. A porta do anexo tem a verga bem abaixo das demais. No andar superior uma porta central dá acesso a uma sacada metálica curva e duas janelas laterais. No sótão, apenas uma janela central.  As três portas principais são com folhas duplas e bandeira de vidro fixa. As janelas são de guilhotina com tampões internos.

local

Av. Valdomiro Bocchese, 476, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 10 - DALLA ZEN, Napoleão

Casa 11 - TERGOLINA, Rizzieri

Foto de capa da Casa 11 - TERGOLINA, Rizzieri

Histórico

Rizzieri Tergolina, filho de imigrantes italianos, casou-se em Antônio Prado em 1912 com Norma Fedumenti. Após ficar viúvo casou-se com Maria Bogoni. Em 1917 adquiriu meio lote e em 1920 a outra metade, mesmo ano que construiu a casa. Na parte térrea foi instalada sua alfaiataria, a sala de visitas, a sala de jantar e a cozinha, no piso superior os dormitórios com acesso à sacada. O telhado era coberto com tabuinhas. O banheiro ficava aos fundos do terreno.

Após a morte de Rizzieri, em 1929, a casa foi leiloada e adquirida por José Cesa que alugou a casa para o fotógrafo Aires. Uma ampliação com telhado de vidro foi construída por Aires, que tempos depois foi destruída por um temporal, em seu lugar foi feito um anexo de alvenaria.

Em 1934, Armindo Cesa, filho de José, passou a morar na casa, instalando ali a Farmácia Cesa, que funcionou até 1998. Armindo era delegado de polícia e faleceu no conflito ocorrido em 1936 na cidade. A parte residencial foi então ocupada pelo farmacêutico responsável, Fernando Rosa. Ao longo do tempo, a casa foi ocupada por vários inquilinos e diferentes comércios. A propriedade continua com a Família Cesa.

 

Arquitetura

A Casa Tergolina, Rizzieri se destaca pela sacada metálica de ferro forjado, de círculos e curvas; suas bandeiras com caixilharia, com duas cruzes de Santo André, conformando um losango central e seis triângulos; sua janela do sótão – uma trífora (três vãos) com guilhotina ao centro e, nas laterais, duas pequenas janelas fixas com semiarco abatido e pelos frisos rendilhados dos lambrequins, na altura do piso do sótão.

O prédio em dois andares, mais o sótão, apresenta-se, na fachada principal, com cinco eixos forométricos. No térreo, duas portas e três janelas; no pavimento superior, uma porta e quatro janelas. No sótão, uma janela. As aberturas são de verga reta. As portas em duas folhas com vidros com bandeira fixa foram cortadas na parte inferior. As janelas são de guilhotina com uma falsa bandeira incorporada à folha superior. As janelas do pavimento superior receberam venezianas. As paredes são com estreitas tábuas do tipo macho-e-fêmea com comprimento da altura de dois pavimentos. A cobertura é em duas águas com o oitão paralelo à via e com telhas cerâmicas do tipo francesas.

local

Av. Valdomiro Bocchese, 496, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 11 - TERGOLINA, Rizzieri

Casa 12 - DOTTI, José

Foto de capa da Casa 12 - DOTTI, José

Histórico

José Dotti, imigrante italiano, nos anos de 1890 adquiriu um lote urbano e entre 1900 e 1905, mandou construir este prédio, com dois pavimentos e porão. Anexo construiu uma cozinha e uma pequena casa. Sobre os alicerces de pedra, foram erguidas largas paredes. Após concluída, a família se instalou no piso superior e no térreo funcionou uma padaria e um pequeno frigorífero.

Em 1925 o  prédio foi vendido para Marco Bocchese. Período em que funcionou ali um grupo escolar e depois, até 1928, a sede do Banco Nacional do Comércio. Em 1934 o Dr. Osvaldo Hampe comprou a propriedade e instalou seu consultório, depois uma farmácia. Em 1945 ampliou as instalações com novos quartos e lavanderia transformando o prédio em hospital. Na parte térrea funcionava a administração, consultórios, radiologia e demais serviços. No piso superior os quartos e sala de cirurgia. O Dr. Hampe usava seu carro, identificado com uma cruz, para atender pacientes de toda a região.

O hospital foi desativado em 1975. Quando Hampe faleceu, 1977, o prédio foi reformado pela esposa Laura, sendo adaptado para uso residencial e comercial. Recentemente o imóvel foi vendido, no seu interior restaram moveis, instrumentos cirúrgicos e livros.   

 

Arquitetura

O prédio do Antigo Hospital é um imponente sobrado eclético de alvenaria cuja fachada principal simétrica é composta por dois módulos iguais, com destaque para as aberturas em arco pleno e os grandes óculos do porão.

A construção, inicialmente para comércio e residência contemplava apenas o módulo de baixo. As paredes são em tijolos com 45 cm de espessura e o telhado em quatro águas é coberto com telhas de aço zincado. O porão recebe um tratamento rusticado e quatro óculos circulares com molduras e grades de ferro forjado. No térreo, um revestimento em cantaria falsa abrange inclusive as pilastras. Curioso é que esta falsa cantaria também é utilizada na parte inferior da porta de madeira de baixo. O pavimento superior possui frisos horizontais na altura do piso, dos peitoris e no início da curva dos arcos. Pilastras marcam os cunhais e o centro da fachada, e uma cimalha coroa o edifício junto ao beiral. As esquadrias são em arco pleno com bandeira.  As portas são em madeira entalhada e as janelas possuem peculiares tampões externos metálicos em quatro folhas.

local

Av. Valdomiro Bocchese, 497, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 12 - DOTTI, José

Casa 13 - SGARBI, Luiz

Foto de capa da Casa 13 - SGARBI, Luiz

Histórico

Essa casa foi construída por Luiz Sgarbi em 1914. Ele era conhecido na região como Santeiro Sgarbi. Após construir a casa, para residir no piso superior, alugou uma peça no térreo para a Escola Pública Estadual, onde foi realizada a primeira aula pública estadual do município.

Em 1917 Sgarbi mudou-se para Vacaria e vendeu a casa para Máximo Letti, comerciante e responsável, na época, pelo Banco da Província. Em uma das viagens para levar o dinheiro para a sede, em Caxias do Sul, foi assaltado. Como forma de quitar a dívida com o Banco, colocou a casa na transação do pagamento, em 1922. Posteriormente o Banco vendeu o imóvel para Alcebíades Pezzi, e este, em 1939, para o comerciante Ernesto Ampessan. No ano de 1991, a casa dos herdeiros de Ampessan, foi adotada pela empresa Esquadrias Serrana, que assumiu a sua restauração.

O imóvel, como a maioria dos outros - de dois pavimentos - utiliza o térreo para comércio e serviços, e o piso superior para moradia.

 

Arquitetura

A Casa Sgarbi, assim como a casa ao lado – a Casa Tergolina, Giovanni, apresentam a particularidade de ter a cobertura em duas águas com o oitão perpendicular à via, diferente das demais e caracterizando um período mais antigo.

Com dois andares mais o sótão, as tábuas das paredes da fachada principal são do tipo macho-e-fêmea com comprimento da altura dos dois andares. Notam-se, na parte inferior, emendas para a substituição de tábuas apodrecidas. As fachadas laterais recebem tábuas com mata-juntas. Com quatro eixos forométricos, o térreo possui duas portas centrais e duas janelas. No pavimento superior, quatro janelas. As aberturas são com arco abatido. As portas e janelas do térreo apresentam bandeiras fixas. As portas são com duas folhas com a parte superior envidraçada e as janelas são de guilhotina com tampões internos. No térreo, uma varanda inserida no volume da casa, possui lambrequins e guarda-corpo com trabalhos em serra-de-fita. Uma cimalha adorna o beiral da cobertura com telhas cerâmicas do tipo francesas.

local

Av. Valdomiro Bocchese, 500, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 13 - SGARBI, Luiz

Casa 14 - TERGOLINA, Giovanni (João)

Foto de capa da Casa 14 - TERGOLINA, Giovanni (João)

Histórico

Giovanni Tergolina, imigrante italiano, chegou ao Brasil em 1889. Era agricultor e foi um dos primeiros a instalar um hotel em Antônio Prado. O Hotel dos Viajantes abriu as portas em 1900, as margens da antiga estrada Júlio de Castilhos, uma das principais rotas dos tropeiros  que levava ao centro do País. Os três lotes adquiridos por Tergolina formavam um conjunto formado pela casa de pasto, galpões e potreiros para o descanso dos animais. Aos domingos à tarde, o hotel funcionava como um salão de baile para a comunidade.

Em 1919 a propriedade foi vendida para Marcello Fianco que continuou no ramo da hotelaria. A estrutura foi reformada na década de 1920 e transformada  em um sobrado. Em 1925 uma parte da área com a casa de madeira e outras benfeitorias foi vendida para Napoleão Dalla Zen e Luiz Marcanzoni, este assumiu o comando da hospedaria que passou a chamar-se Hotel Pradense. Com o passar dos anos o casarão (como era conhecido) teve diversos proprietários e passou por algumas alterações no seu interior. O sobrado é utilizado como moradia em condomínio e abriga um bar e uma barbearia.

 

Arquitetura

Este casarão de madeira de dois andares, com porão e sótão, incorpora o bloco antigo do Hotel dos Viajantes situado no lado de baixo. Este possui cinco eixos forométricos e tábuas tipo macho e fêmea lisas, diferente da ampliação que possui frisos. Possui uma porta remanescente das duas anteriormente existentes. A parte ampliada se caracteriza pelo amplo arco abatido com lambrequins, pelo guarda-corpo de madeira torneada e com trabalhos em serra-de-fita e pela escada curva com corrimãos metálicos que dá acesso à varanda com piso de ladrilhos hidráulicos bicolores.

Uma parte do porão tem utilização comercial e as escadarias externas foram retiradas. Resta uma janela didática à esquerda da escada que demonstra o trabalho em pintura de pedra fingida. As esquadrias são em verga reta com as janelas do térreo de guilhotina e as do pavimento superior de abrir à francesa. A cobertura, com cumeeira paralela à via, possui telhas de aço zincado. Parte da parede de madeira da loja da varanda foi substituída por esquadria metálica, mas manteve a parede e janela do alinhamento.

local

Av. Valdomiro Bocchese, 524, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 14 - TERGOLINA, Giovanni (João)

Casa 15 - LETTI, José

Foto de capa da Casa 15 - LETTI, José

Histórico

José Letti chegou em Caxias do Sul em 1878. De lá a família foi para Nova Trento e em 1890 mudou-se para Antônio Prado. Construiu uma pequena casa de madeira e colocou um comércio. Faleceu precocemente e seu irmão assumiu os negócios e inaugurou a Casa Letti. Um dos filhos de José montou ali também uma selaria que funcionou por mais de 15 anos, em uma época que os artigos de couro e montaria tinham uma demanda muito grande em função da rota dos tropeiros e carreteiros passar pela cidade.

Em 1925 o imóvel foi vendido para Joaquim Biazus, que construiu ao lado, em 1927, um grande casarão e instalou o “Novo Hotel de Joaquim Biazus”, incluindo no seu interior o Restaurante Roma. Em 1947 a pequena casa foi reformada. Na parte térrea Joaquim montou um mercadinho. Em cima ficava o ateliê de costura de uma das filhas, bem como os quartos da família. No pátio foram plantadas videiras, com destaque para a uva “dedo de dama”, com a qual Joaquim recebeu medalha de ouro na Festa da Uva de 1950, em Caxias do Sul.

O “Boteco do Joaquim” fechou em 1986 e no seu lugar foi instalado o Bazar Chini, de seu neto. Em 1998 a casa foi restaurada com recursos do IPHAN. Atualmente a casa serve de residência e comércio.  

 

Arquitetura

A atual configuração desta casa data de 1947 quando houve uma reforma com a substituição da parte frontal e posterior de madeira por alvenaria, permanecendo apenas a parte central, de madeira com tábuas e mata-juntas, original do início do século XX. O telhado foi realizado em três águas com telhas cerâmicas tipo francesas e, no seu lado oeste, no pavimento superior, foi construída uma varanda em balanço, em madeira com telhado em uma água.

Sua fachada frontal se apresenta com pilastras marcando os cunhais e um pequeno friso horizontal junto ao beiral. As esquadrias são em verga reta. No pavimento superior, duas janelas de madeira, de guilhotina, unificadas por dois frisos horizontais: um na altura do peitoril e outro na verga. No pavimento térreo, uma janela e uma porta metálica com um friso unificando-as na altura da verga.

local

Av. Valdomiro Bocchese, 531, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 15 - LETTI, José

Casa 16 - VALMÓRBIDA, Mário Arlindo

Foto de capa da Casa 16 - VALMÓRBIDA, Mário Arlindo

Histórico

Mario Valmorbida adquiriu uma área com uma casa de madeira antiga e outras benfeitorias, em 1924. A casa foi desmanchada e em seu lugar foi construída esta, de alvenaria e concluída em 1925. Com doze peças, a casa serviu também para Mario instalar no térreo sua barbearia, profissão que exercia desde a adolescência. No andar superior havia três quartos e um grande salão. O banheiro localizava-se em um anexo da casa, junto com a despensa e a garagem.

A barbearia, com o tempo, passou a atender também o público feminino e infantil recebendo o nome de Salão Valmórbida. Mário Arlindo assumiu também a representação dos produtos Renner, instalando o escritório ao lado do salão. Com os negócios prosperando Mario e família se mudaram para Vacaria e, em 1946, vendeu o imóvel para o  Dr. José Antunes Filho. Em 1952, o Dr. José vendeu a propriedade para Olímpio Dotti e este deixou para seus herdeiros.

 

Arquitetura

A Casa Valmórbida é um prédio típico do período eclético, caracterizado, principalmente, pela composição simétrica de sua fachada, a platibanda vazada, as compoteiras e os adornos em torno das aberturas.

Trata-se de uma casa térrea com sótão, cobertura em duas águas com oitão perpendicular à via. A cobertura de telhas cerâmicas francesas fica parcialmente oculta pela platibanda vazada com balaústres. A fachada simétrica é marcada por uma pilastra central e duas nos cunhais nas extremidades. As pilastras se prolongam até a platibanda, onde repousam compoteiras. Horizontalmente, a base recebe acabamento rusticado e, acima dela, gateiras revelam que o piso interno de madeira está em um nível superior da soleira de acesso – fato recorrente na cidade. Acima da verga das esquadrias, um friso horizontal simples e um triplo mais acima, ensejam um entablamento. Os frisos envolvem as pilastras. As aberturas são em verga reta com bandeira e com duas folhas de abrir à francesa e recebem molduras em uma composição de frisos de linhas retas.

 

 

local

Av. Valdomiro Bocchese, 540, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 16 - VALMÓRBIDA, Mário Arlindo

Casa 17 - GRAZZIOTIN, João

Foto de capa da Casa 17 - GRAZZIOTIN, João

Histórico

João (Giovanni) Grazziotin, filho de imigrantes italianos, nasceu em Caxias do Sul em 1880. Casou-se em Antônio Prado em 1905 e depois, viúvo, novamente em 1931. A família Grazziotin atuou fortemente no ramo do comércio em Antônio Prado.

Em 1914 João comprou o terreno onde mandou construir nos anos seguintes, pelo  construtor Nodari, a casa de madeira de dois pisos e porão, para moradia da família. Quando a filha Adélia se casou com Valdomiro Bocchese, a casa foi dividida em duas habitações, com ligações entre elas.

A filha Luiza (ROVEDA, 2005) descreve detalhes como o lavador de madeira e fogão à lenha na cozinha, o  banheiro dividido em duas peças, uma com chuveiro e banheira e a outra com o vaso.  Ao lado da casa ficava o jardim, e atrás a horta, o pomar, um balanço em uma macieira, forno e tanque - onde faziam marmeladas - e o galinheiro. A água vinha de uma cisterna próxima. Geladeira não havia, os produtos perecíveis eram guardados no porão que tinha acesso por um alçapão na cozinha e os litros com líquidos eram enterrados em areia - no entorno dos pilares da casa. Tudo isso depois foi retirado quando a casa foi vendida, em 1956, para Valdomiro Bocchese. Posteriormente a parte térrea foi destinada para escritórios e serviços. 

 

Arquitetura

A Casa Grazziotin, Giovanni guarda semelhanças estilísticas com a de seu irmão, Casa Grazziotin, Francisco, localizada na mesma avenida. Embora tenha atualmente uso comercial, o prédio foi construído para uso residencial servindo a duas famílias.

As tábuas de madeira do tipo macho-e-fêmea são da altura dos dois pavimentos. As seis pilastras ocupam toda a altura e possuem pequenos frisos horizontais em seu topo. Uma cimalha percorre todo o prédio na altura dos beirais do telhado de quatro águas de telhas cerâmicas do tipo francesas. A fachada principal possui cinco eixos forométricos com uma janela central ladeada por uma porta e uma janela em cada lado, no térreo. No pavimento superior, cinco janelas. As esquadrias são de verga reta, sendo as portas em duas folhas com bandeira fixa de caixilharia triangular. As janelas são de guilhotina com tampões internos e com falsa bandeira, pois ela é incorporada à folha superior.

 

 

local

Av. Valdomiro Bocchese, 553, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 17 - GRAZZIOTIN, João

Casa 18 - ROTTA, Gregório

Foto de capa da Casa 18 - ROTTA, Gregório

Histórico

Gregório Rotta nasceu em Caxias do Sul e mudou-se para Antônio Prado em 1905. A concessão da balsa do Passo do Zeferino era sua desde 1921, função que desempenhou até 1934, quando Gregório comprou um terreno com uma casa de madeira em mau estado. Naquele mesmo ano, a desmanchou para a construção desta casa de dois pisos de alvenaria, assentada com barro e, posteriormente, rebocada com argamassa, concluída em 1936. A ideia era colocar um bar na parte térrea e a família residir no andar superior. Quando pronta, a família preferiu morar na Casa Zaccani, ao lado.

O bar e o jogo de bilhar funcionavam na parte térrea e na parte superior ficavam as salas de jogos como: carteado, bacará, pôquer, bisca, canastra e roleta. A casa ficou conhecida popularmente como “Bar e Esporte de Gregório Rotta”. Com a proibição dos jogos, a casa foi vendida para o Banco do Estado do Rio Grande do Sul em 1949 que instalou sua agência na parte térrea.

Em 1979, Valdomiro Bocchese permutou este prédio com outro, onde estava localizado o Banco do Brasil. A casa seguiu sendo da família Bocchese, como residência e comércio.

 

Arquitetura

Sólido casarão de dois andares, em alvenaria, com cobertura aparente em quatro águas com telhas cerâmicas francesas. Na fachada principal destacam-se as grandes pilastras e as elaboradas grades das aberturas do térreo, provavelmente da época em que foi utilizado como agência bancária.

A fachada tem composição simétrica com três eixos forométricos sendo os panos bem delimitados pelas quatro pilastras e frisos horizontais. Ao centro, portas: no térreo, recuada e no pavimento superior dando acesso à sacada de concreto com balaústres do mesmo material e sustentada por mísulas em forma de volutas. Horizontalmente, a base tem tratamento rusticado, há um ressalto até o peitoril baixo das janelas do térreo, um friso na altura do piso do pavimento superior e, junto ao beiral, uma cimalha escalonada com uma faixa de dentículos na parte inferior. As aberturas são em verga reta com bandeira em uma composição de losangos, triângulos, trapézios e retângulos. As portas são em duas folhas e as janelas de abrir à francesa. As grades em ferro forjado combinam barras retas, curvas e circulares.

local

Av. Valdomiro Bocchese, 554, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 18 - ROTTA, Gregório

Casa 19 - ZACCANI, Manuel

Foto de capa da Casa 19 - ZACCANI, Manuel

Histórico

Manuel Zaccani, filho de imigrantes italianos, nasceu em 1881 em Antônio Prado. Comprou este terreno em 1921, onde já havia uma casa e benfeitorias. No mesmo ano mandou desmanchar a antiga casa e no seu lugar foi construído o sobrado de madeira onde foi morar com sua família e estabeleceu seu comércio.

No térreo, Manuel inaugurou o Café Central, que em pouco tempo se tornou o ponto de maior movimento na cidade. A clientela, a maioria da alta sociedade, encontrava no local diversidade de bebidas renomadas, almoços e jantares de qualidade, além de ser referência para encontros, conversas e jogos de carteado com mesas na calçada.

Em 1932, Manuel vendeu a casa para Gregório Rotta. A família de Rotta passou a morar no andar superior em 1936. A parte térrea era ocupada por Mathias de Lima, sócio de Rotta no Bar e Esporte que ficava ao lado.

Anos depois, em 1968, a casa foi vendida para Alcides Forest, industrialista de Vacaria, que um ano depois vendeu para Ari Pedro Girotto. No ano de 1979 Valdomiro Bocchese adquiriu o imóvel que foi herdado pela filha e depois novamente vendido, em 1996, para a Sra. Reli Nardello. A casa seguiu com uso comercial no térreo e residencial no piso superior.

 

Arquitetura

A Casa Zaccani é um prédio de madeira do início do Século XX com dois andares, além do porão e do sótão que, mesmo tendo sido despojado de seus acrotérios e lambrequins no beiral e de uma janela no térreo, mantém-se imponente na estrutura urbana.

Suas paredes são com tábuas estreitas e frisadas do tipo macho-e-fêmea no tamanho de cada andar onde são marcados por frisos horizontais. O porão é em alvenaria de tijolos e a cobertura em duas águas com o oitão paralelo à via e telhas de aço zincado. Neste prédio é bem visível o pequeno galbo junto aos beirais. Com cinco eixos forométricos, conta com duas portas e duas janelas no térreo – a janela do centro foi suprimida e cinco janelas no piso superior. As aberturas são em verga reta sem bandeira e com molduras. As portas são em duas folhas com a parte superior envidraçada e as janelas de abrir à francesa com tampões internos. As molduras verticais das janelas da fachada frontal se prolongam além do peitoril.

local

Av. Valdomiro Bocchese, 568, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 19 - ZACCANI, Manuel

Casa 20 - ROTTA, Gregório - Açougue Modelo

Foto de capa da Casa 20 - ROTTA, Gregório - Açougue Modelo

Histórico

Entre os anos de 1938 e 1940, quatro sócios instalaram o “Açougue Modelo” no centro de Antônio Prado. O terreno foi cedido por Gregório Rotta. Os outros três, Félix Grazziotin, Rigon e Gari, se responsabilizaram pela construção do prédio, feito de pedras de basalto na base, tijolos assentados em barro e telhas de cerâmica. Acima da porta foi colocada uma cabeça de boi, feita em cimento, e o nome do açougue.

Internamente, as paredes eram cobertas com azulejos brancos e o piso de parquet. A carne era colocada em uma câmara refrigeradora, cortada em um cepo de madeira e exposta em um balcão. Mais uma sala para desossar as carcaças.

Em 1968 a família Rotta vendeu o açougue para Nelson Mussato, que continuou com a venda de carnes. Mais tarde, 1995, o prédio foi adquirido por Laureano Fortuna que alugou para outros tipos de comércio.

Atualmente – 2023 - funciona no local a Casa Del Toro, delicatessen e casa de vinhos de Ismael Franceschini.

 

Arquitetura

Este pequeno prédio construído especificamente para açougue é o representante do período na arquitetura chamado Art Déco, onde há um despojamento na ornamentação e as linhas são mais retas. O destaque fica por conta da escultura de uma cabeça de bovino feita com cimento no centro da fachada.

O prédio, com um porão de pedras basálticas aparelhadas tem suas paredes em alvenaria de tijolos. O telhado é em duas águas com a cumeeira perpendicular à via, sem beirais, e com telhas cerâmicas do tipo francesas. A fachada possui uma larga porta central, ladeada por duas estreitas janelas mais altas. Centralizada, a escultura da cabeça bovina e acima, um friso horizontal. A platibanda está em um plano recuado com a inscrição “AÇOUGUE MODELO” em argamassa. Sob as letras, um friso horizontal e acima um escalonamento em dois níveis. Nas extremidades, pilaretes contornados por friso horizontal. As aberturas são em verga reta. A porta é em duas folhas com a parte superior com grade. As janelas possuem grades externas e tampões de madeira. Nota-se que as da fachada frontal não possuem vidros.

local

Av. Valdomiro Bocchese, 574, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 20 - ROTTA, Gregório - Açougue Modelo

Casa 21 - GRAZZIOTIN, Francisco

Foto de capa da Casa 21 - GRAZZIOTIN, Francisco

Histórico

Francisco Grazziotin, imigrante italiano, chegou ao Brasil em 1879. Casou-se em Antônio Prado em 1905 com Selene Zanella. Em 1908 adquiriu o lote com um antigo sobrado de madeira e, em 1930, mandou construir este sobrado, também de madeira. Na parte térrea instalou um armazém de secos e molhados. Aos domingos, após a missa, o público do interior aproveitava para fazer compras até as 14 h, horário do fechamento do armazém.

Em 1937, foi construída uma parte de alvenaria para servir de residência ao filho Félix e esposa Rosalba. O acesso se dava por uma escada de alvenaria na atual Av. Valdomiro Bocchese.  Francisco faleceu em 1937 e Félix em 1943. A casa ficou conhecida como a “Casa das Viúvas” onde moravam somente mulheres.

No início da década de 1940 a loja foi fechada. A parte térrea foi alugada para o Bar de Gregório Rotta que se mudou do antigo local. Ali, o bar ficou conhecido como o “Bar de Baixo”, pois na outra esquina havia o “Bar de Cima”. A parte térrea sempre foi utilizada para fins comerciais e prestação de serviços e a parte superior para moradia. Em 1960 Valdomiro Bocchese adquiriu o imóvel dos herdeiros de Francisco. Em 1996 os herdeiros de Bocchese o venderam para um grupo de empresários.

 

Arquitetura

Este imponente sobrado de madeira com a ocupação típica de comércio no térreo e residência no pavimento superior tem sua esquina marcada por um chanfro onde se faz o acesso principal e por uma sacada metálica no pavimento superior. A oeste, recebeu uma ampliação em alvenaria, na mesma altura.

Mesmo com sua grande extensão de fachada, as sete pilastras que percorrem toda a altura do prédio e as tábuas de madeira macho-e-fêmea no comprimento dos dois pavimentos reforçam a sua verticalidade. As pilastras recebem pequenos frisos horizontais na parte superior, como um capitel e, uma cimalha percorre toda a extensão da fachada junto ao beiral. O telhado é em cinco águas e as telhas são de aço zincado. As esquadrias são de verga reta com bandeira e compõem seus dez eixos forométricos, além da ampliação. No térreo existe uma sucessão de portas, vitrines com cortinas de madeira e janelas, enquanto no pavimento superior, existe maior regularidade com a porta de duas folhas da sacada e janelas de abrir à francesa.

 

local

Av. Valdomiro Bocchese, 587, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 21 - GRAZZIOTIN, Francisco

Casa 22 - GRAZZIOTIN, Pietro

Foto de capa da Casa 22 - GRAZZIOTIN, Pietro

Histórico

Pietro, ou Toni como era conhecido no município, nasceu na Itália em 1871 e veio ainda menino para o Brasil com a família. Casou-se em Antônio Prado em 1896 com Stela Ruzza. O casal teve quatorze filhos.

Toni adquiriu, em 1889, parte de um lote com uma casa de madeira e benfeitorias. Entre 1910 e 1920 desmanchou a casa antiga e mandou construir este sobrado. No térreo instalou um armazém de secos e molhados, uma agência lotérica do estado e uma ourivesaria, com um dos filhos à frente deste último negócio.

Na cozinha havia um poço de água, que depois foi reformada e construído um anexo de madeira, coberto com scandole. No andar superior ficavam quatro quartos e um grande salão, que anos depois foi dividido para a instalação de mais dormitórios. No pátio ficavam os galpões e estrebaria para os cavalos dos clientes que vinham do interior, especialmente aos domingos.

Após o falecimento de Pietro em 1944, o imóvel seguiu sendo dos herdeiros e sendo utilizado com as mesmas finalidades: residencial e comercial.

 

Arquitetura

A Casa Grazziotin, Pietro mantém uma relação com a Casa Grazziotin, Francisco situada na outra esquina da avenida. Ambas são grandes casarões de dois andares com madeiras de comprimento em toda sua altura, pilastras e telhados em quatro águas de aço zincado. As principais diferenças é que esta casa não tem chanfro na esquina e as aberturas da fachada da avenida são em arco pleno.

O porão é de pedras e o restante da casa é toda estruturada e revestida em madeira. As tábuas na fachada da avenida são largas, lisas e do tipo macho-e-fêmea e as das fachadas laterais são com mata-juntas. O telhado é em quatro águas com telhas de aço zincado com uma pequena mansarda nos fundos. A fachada da avenida possui quatro eixos forométricos com duas portas centrais no térreo e uma janela de cada lado, tendo uma sido transformada em vitrine. No andar superior, quatro janelas. Todas as aberturas são em arco pleno com bandeira. As janelas são de guilhotina com tampões internos. Pilastras comparecem no centro da fachada e nos cunhais indo até a cimalha, junto ao beiral, que percorre a fachada da avenida e da rua.

local

Av. Valdomiro Bocchese, 912, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 22 - GRAZZIOTIN, Pietro

Casa 23 - RANZOLIN, Pedro

Foto de capa da Casa 23 - RANZOLIN, Pedro

Histórico

Pedro Ranzolin nasceu em Antônio Prado em 1896. Casou-se com Concetina Bragaglia em 1921 e em 1925 adquiriu o terreno no centro da cidade onde construiu esta casa. Na parte da esquerda funcionou a Coletoria Federal, onde atuou como funcionário, já a parte direita foi a residência da família, com sala, um quarto, cozinha, banheiro nos fundos e a sala de costura de Concetina, onde ficava a escada para o piso superior. Próximo a cozinha, segundo depoimento de um neto existia um altar com uma grande imagem do Sagrado Coração de Jesus. (ROVEDA, 2005)

No piso superior ficavam cinco quartos – o casal teve seis filhos – e um banheiro. O quarto do casal tinha acesso à sacada frontal. No sótão havia mais dois quartos. O  pátio tinha pomar, galinheiro, forno, horta e galpão, tudo cercado por taipas de pedra. A casa tinha energia elétrica e a água vinha, por canos, do Morro da Gruta.

Na década de 1950 a casa passou por reformas, especialmente na lateral, para moradia de uma das filhas de Pedro e esposo. Após a morte dos pais a casa ficou para os filhos que a venderam em 1962 para Joaquim Biazus, e este, em 1966 para Antônio Aver Netto. Em 1988 foi novamente vendida, para Flavio Citton que transformou o térreo todo em área comercial. Em 1996  o prédio foi restaurado pelo IPHAN.

 

Arquitetura

Elegante casarão de madeira, alto e estreito, com dois pavimentos e sótão com telhado em duas águas com oitão paralelo à via e telhas cerâmicas do tipo francesas com destaque para a sacada central em ferro forjado de formas curvas.

O alicerce é feito com pedras de basalto com o piso de madeira em nível mais alto que a soleira da porta, o que gera uma escada interna. A fachada principal apresenta: no térreo  quatro aberturas - duas portas e duas janelas alternadas; no pavimento superior, três aberturas - uma porta central da sacada e duas janelas laterais e no sótão uma janela central. Esta variedade no número de aberturas gera uma fachada dinâmica. As aberturas são em verga reta com bandeira envidraçada fixa, inclusive a do sótão que é do tipo guilhotina. As janelas são de abrir à francesa com tampões. As portas são em duas folhas com a parte superior envidraçada. As portas do térreo são diferentes: a da parte de baixo tem almofada lisa e parte superior cega e a de cima um vidro a mais e almofada com entalhe floral.

local

Av. Valdomiro Bocchese, 646, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 23 - RANZOLIN, Pedro

Casa 24 - DA POIAN, Luiggi

Foto de capa da Casa 24 - DA POIAN, Luiggi

Luiggi Da Poian nasceu na Itália em 1882 e chegou em Antônio Prado em 1893. Casou se com Stela Santi em 1906 e tiveram treze filhos. Depois, já viúvo, casou-se com Maria Bogoni com quem teve mais dois filhos.

Serralheiro e ferreiro de profissão, Luiggi montou, além da sua oficina a “Agência Sul Ford” com peças de automóveis e a Casa de Ferragens Luiz Poian.

Em 1941 adquiriu o terreno onde construiu esta casa mista, de madeira e alvenaria. No térreo foi instalada a oficina mecânica de Luiggi, com entrada pela lateral do prédio. A gasolina da marca “Esso”era vendida em duas bombasmanuais situadas na calçada e cobertas por folhas de zinco. Nos outros pisos ficava a residência, com cozinha e sala ampla no primeiro piso e no último os quartos e acesso à sacada. O banheiro era fora da casa, mas o chuveiro – com lata e cordinha – foi instalado no térreo. O imóvel tinha energia elétrica e a água vinha de um poço localizados nos fundos da casa.

Em 1947 a família mudou-se para Caxias do Sul e a casa foi vendida para José Ghinzelli. A parte térrea teve vários usos comerciais ao longo do tempo. 

 

Arquitetura

Este prédio de três andares possui características particulares. Sua fachada é em alvenaria de tijolos, enquanto o restante da casa, exceto o térreo é com estrutura e paredes em madeira de largas tábuas com mata-juntas. A cobertura é em três águas com o oitão na parte posterior e com telhas cerâmicas do tipo francesas e as portas do térreo tem sentido de abertura para o exterior.

As esquadrias são em verga reta. Na fachada principal com bandeiras. No térreo, duas janelas centrais e duas portas laterais. As portas são com a parte superior envidraçada com tampões. No primeiro pavimento, três janelas e no segundo pavimento, uma porta central em duas folhas cegas dá acesso à uma sacada. Há uma janela em cada lado. Todas as janelas são de abrir à francesa com tampões. Duas pilastras nos cunhais percorrem toda a altura que terminam em uma cimalha junto ao beiral e uma pilastra central é interrompida na altura do primeiro pavimento. Na fachada lateral oeste há duas janelas em cada andar superior. São de guilhotina com venezianas. As do primeiro pavimento possuem bandeiras venezianadas.

 

local

Av. Valdomiro Bocchese, 698, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 24 - DA POIAN, Luiggi

Casa 25 - BAGGIO, Giovanni (João)

Foto de capa da Casa 25 - BAGGIO, Giovanni (João)

Histórico

Giovanni Baggio nasceu na Itália em 1881. Já em Antônio Prado, em 1903, casou-se com Guilhermina Benetti e tiveram sete filhos.

Entre 1915 e 1920 Giovanni, que era alfaiate, construiu esta ampla casa de madeira, com porão de pedra. No térreo, onde havia duas salas de frente para a rua, foi instalada a sua alfaiataria e a barbearia de um dos filhos. Atrás das salas comerciais ficava uma sala, um quarto e uma cozinha grande com fogão à lenha. No piso superior havia oito dormitórios separados por um corredor. O sótão era amplo e sem divisões. O banheiro ficava junto a um galpão, nos fundos do lote, onde tinha o pomar com várias árvores frutíferas, horta e mais ao fundo um poço com água potável.

Após o falecimento de Giovanni, os herdeiros venderam a casa para Vitório Dotti, no início dos anos de 1950. Dotti, que foi prefeito do município na gestão 1973/1977, mandou construir, no lado direito da casa, uma garagem e um quarto de alvenaria.

O imóvel ficou para os herdeiros de Dotti e segue sendo utilizado para residência, no piso superior e no térreo para fins comerciais e de serviços.

 

Arquitetura

A Casa Baggio, ao contrário da grande maioria das demais casas do roteiro, não está construída no alinhamento. O pequeno recuo é utilizado para a escadaria dupla de pedra com guarda-corpo metálico que dá acesso às duas lojas do térreo. Na década de 1940 possuía lambrequins no beiral e na parte inferior do volume ressaltado do sótão.

Com dois pavimentos, mais o sótão, as tábuas de madeira na fachada frontal são do tipo macho-e-fêmea e no comprimento da altura dos dois pavimentos, enquanto nas laterais são com mata-juntas. A cobertura é em duas águas com telhas cerâmicas tipo francesas com o oitão paralelo à via. As aberturas são com verga reta. Apresenta quatro eixos forométricos. No térreo, duas portas centrais com uma janela em cada lado. No pavimento superior, quatro janelas e no sótão, duas. As portas são com bandeiras e duas folhas com a parte superior envidraçada e as janelas são de guilhotina com falsa bandeira incorporada à folha superior, exceto as do sótão que são de tamanhos iguais.

 

local

Av. Valdomiro Bocchese, 710, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 25 - BAGGIO, Giovanni (João)

Casa 26 - CALLIARI, Pietro

Foto de capa da Casa 26 - CALLIARI, Pietro

Histórico

Pietro Calliari nasceu na Itália em 1869 e emigrou para o Brasil em 1888. Em Antônio Prado, casou-se com Amália Benetti, que faleceu no segundo parto. Casou-se novamente, com Itália Morsoletto e tiveram nove filhos. Ele foi correspondente consular da Itália no município, professor de música, alfaiate e um dos fundadores da Banda Santa Cecília e da Societàdel Mútuo Soccorso, tendo sido seu primeiro presidente.

Em 1931 o marceneiro Pedro Cesa foi contratado para fazer o sobrado de madeira. No térreo havia duas salas (depois separadas quando uma das filhas se casou e veio morar na casa), o quarto do casal e uma ampliação para a cozinha. No andar superior ficavam os cinco quartos dos filhos. O banheiro era no fundo do terreno.

A residência, conhecida até os anos de 1930, como a casa “Del Consule” tinha energia elétrica e a água era abastecida por um poço próximo à cozinha. A casa e aberturas eram pintadas de branco e os lambrequins de cor vinho tinto.

Ao longo do tempo a casa, herdada pelos descendentes de Pietro, foi alugada para várias atividades além de residência, destacando-se a “Barbearia do Cacildo”, que ali permaneceu por 39 anos, de 1960 a 1999.   

 

Arquitetura

A Casa Calliari é uma edificação térrea com porão e amplo sótão, quase um segundo pavimento, pois suas paredes laterais atingem a altura da metade das suas janelas. Lambrequins ornam seu beiral inclinado, sendo que os últimos três são horizontais dando acabamento e se adaptando ao espelho maior devido ao galbo do telhado.

Na fachada frontal o térreo possui uma janela central e duas portas laterais e o sótão, duas janelas centrais do mesmo tamanho da térrea. Na fachada lateral, duas janelas na mesma altura e tamanho da janela da fachada frontal, ficando um amplo espaço cego até o beiral devido à grande altura do sótão. As paredes são de madeira do tipo macho-e-fêmea na fachada frontal e com mata-juntas nas laterais. O piso do térreo está em um nível superior ao da soleira, o que gera uma escada interna. As aberturas são em verga reta sem bandeira. As portas são em duas folhas com a parte superior envidraçada e as janelas são de abrir à francesa com tampões. A cobertura é em duas águas com o oitão paralelo à via e telhas cerâmicas do tipo francesas.

local

Av. Valdomiro Bocchese, 718, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 26 - CALLIARI, Pietro

Casa 27 - ANDOGNINI, Hilário

Foto de capa da Casa 27 - ANDOGNINI, Hilário

Histórico

Hilário Andognini, natural de Antônio Prado, era filho de imigrantes italianos. Casou-se com Alba Marcantônio e tiveram quatro filhos. Ourives e relojoeiro, Hilário trabalhava como fabricante de joias personalizadas, vendedor de ouro e prata e conserto de relógios.

Em 1927, Hilário adquiriu o terreno onde mandou construir esta casa. Nas peças da frente instalou sua ourivesaria e relojoaria. Nas outras, ficavam as salas de estar e de jantar, dois quartos, cozinha e banheiro. O sótão era utilizado pelos dormitórios.

Em 1933 a família mudou-se para outra casa e esta foi alugada para terceiros. Nos anos de 1960 foi vendida para Raimundo Zanon, depois para Reinaldo Pontel e posteriormente para Ricardo Zanotto, sempre sendo utilizada como residência, comércio e serviços.

 

Arquitetura

A Casa Andognini possui a mesma tipologia da Casa Calliari no outro lado da avenida: térrea com amplo sótão, podendo ser considerado como um segundo pavimento. Porém, não possui porão, nem lambrequins e está localizada em uma esquina.

A fachada da avenida se apresenta com uma porta central e duas janelas laterais no térreo e duas janelas no sótão do mesmo tamanho das do térreo. Na fachada da rua, duas janelas na mesma altura e tamanho, o que resulta em um amplo espaço cego até o beiral devido à grande altura do sótão. As paredes são de madeira com tábuas do tipo macho-e-fêmea frisadas e na dimensão do piso ao beiral. O piso do térreo está em um nível superior ao da soleira, o que gera uma escada interna com três degraus. Na fachada oeste, há uma porta de acesso no nível do térreo. As aberturas são em verga reta com bandeira. As portas são em duas folhas com a parte superior envidraçada e as janelas são de abrir à francesa com tampões. A cobertura é em duas águas com o oitão paralelo à avenida e telhas cerâmicas do tipo francesas. 

local

Av. Valdomiro Bocchese, 775, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 27 - ANDOGNINI, Hilário

Casa 28 - MARCON, Ludowico

Foto de capa da Casa 28 - MARCON, Ludowico

Histórico

Ludovico Marcon nasceu na Itália em 1888. Já em Antônio Prado, em 1912, casou-se com Cassiana Faccio e tiveram nove filhos.

Na década de 1910, Ludovico que era ferreiro, adquiriu o lote urbano nº. 1 com uma área de 1250 m². Ali instalou sua ferraria e mandou construir a casa ao lado, no alto do morro. Na década de 1950 a construção teve que ser modificada, primeiro pela vinda da filha e genro para morarem na casa e segundo pelo rebaixamento da rua da Paz. A casa teve que ser escorada para uma escavação e construção das salas de baixo, que primeiro serviu de garagem depois de ponto comercial, bem como a construção de uma escada e sacada na lateral da casa.

Em 1971 o imóvel foi vendido para Clori Zulian e no final da década de 1990 foi totalmente restaurada pelo IPHAN.

 

Arquitetura

A Casa Marcon adquiriu esta posição, com o térreo elevado, quando da abertura da avenida e o rebaixamento de seu leito. Este fato gerou o aumento do pé-direito do porão. A leste, foi construído um muro de arrimo de grandes blocos de pedra basáltica e uma escadaria que dá acesso à residência.

A edificação é composta de dois blocos em madeira, distintos e integrados: o bloco original, a oeste, com térreo e amplo sótão, tem cobertura em duas águas de telhas de aço zincado e tábuas do tipo macho-e-fêmea que vão do piso do térreo ao beiral lateral. Neste ponto surge uma faixa de lambrequins horizontais. Os beirais inclinados também recebem lambrequins. As três janelas do térreo e as duas do sótão são de guilhotina com a folha superior maior simulando uma bandeira e com tampões internos. O bloco anexo, a leste, tem cobertura em uma água com o mesmo tipo de telhas. As tábuas são com mata-juntas. Na fachada frontal, duas janelas de guilhotina de folhas de tamanhos iguais. O acesso se faz por uma varanda na extremidade leste cujo guarda-corpo de madeira tem recortes curvos.

local

Av. Valdomiro Bocchese, 1072, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 28 - MARCON, Ludowico

Casa 29 - MEYER, Alberto

Foto de capa da Casa 29 - MEYER, Alberto

Histórico

Alberto Meyer nasceu na Alemanha em 1861. Casou-se em Antônio Prado, em 1900, com Graciosa Citton. Meyer teve um hotel na Rua da Paz, atual Av. Valdomiro Bocchese e foi representante dos produtos Neugebauer na região e, também, dedicou-se à política. 

Em 1919 adquiriu o terreno, com uma casa antiga que logo foi desmanchada. No seu lugar foi executado o projeto de uma residência em um estilo de sua terra natal. No térreo tinha duas salas, dois quartos, umaampliação com a cozinha e uma varanda. No sótão, havia mais quatro peças com acesso por uma escada na cozinha. Nos primeiros tempos a cobertura era de scandole e os beirais arrematados com lambrequins. A luz era fornecida por geradores pela família Antoniutti, por duas ou três horas ao escurecer. A água era fornecida por um poço ao lado da casa.

Após a morte de Alberto, em 1930, o térreo foi alugado para o Cartório de Registro de Imóveis. Em 1946 Graciosa vendeu a casa para Adelar Letti e este, em 1967 para Alfeu Bocchese. Em 1978 a empresa Moinho do Nordeste Ltda adquiriu a casa, que estava em más condições de conservação. Na reforma o telhado foi totalmente modificado, passando a ser de duas águas e perdendo as características da primeira casa.

 

Arquitetura

O primeiro proprietário desta casa foi um alemão que, vivendo entre italianos, a quis construir com características germânicas. Isto se manifestava na sua elaborada cobertura de seis águas, com um grande chanfro curvo na cumeeira frontal, da qual restaram traços como a linha de emenda acima das janelas do sótão - local do antigo beiral. A cobertura é, atualmente, em duas águas com o oitão paralelo à via e telhas de aço zincado.

É uma edificação térrea com amplo sótão, quase um segundo pavimento, pois suas paredes laterais atingem a altura do peitoril das suas janelas. Na fachada frontal, o térreo possui duas janelas centrais e duas portas laterais e o sótão, duas janelas centrais. As aberturas são em verga reta, exceto as do sótão que têm um desenho particular com um arco abatido em seu centro. As portas têm bandeiras e são com duas folhas: uma com parte superior envidraçada e a outra com folhas cegas. As janelas são de guilhotina com a folha superior maior simulando uma bandeira. As paredes são com mata-juntas tendo um ressalto na altura do piso do sótão.

local

Av. dos Imigrantes, 137, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 29 - MEYER, Alberto

Casa 30 - GREZZANA, Giácomo

Foto de capa da Casa 30 - GREZZANA, Giácomo

Histórico

Giácomo Grezzana nasceu em 1876  na Itália. Vindos de Caxias do Sul, a família chegou em Antônio Prado em 1893. Casou-se com Judith Marcantônio em 1900.

Em 1889, Giacomo que era comerciante, adquiriu um primeiro terreno depois complementado por outro em 1904, com uma casa antiga e outras benfeitorias. A casa foi desmanchada e foi construído o casarão de madeira para moradia da família  e hospedagem, a “Pensão dos Grezzana”, que funcionou até a década de 1930. No térreo havia uma sala, copa, cozinha, despensa e banheiro. No piso superior e no sótão oito quartos. Atrás da casa um pátio arborizado e o tanque de lavagem de roupas.

Após o casamento, o filho Luiz passou a morar na casa com a esposa Leonor. Ali foi instalada a Coletoria Federal, em que Luiz atuava, além da política. Em 1948 a casa sofreu a primeira reforma com diminuição dos fundos, depois em 1952 foi trocado o telhado, que era de tabuinhas, por zinco. O imóvel seguiu com a família e o térreo foi alugado para fins comerciais. 

 

Arquitetura

A Casa Grezzana é um prédio de madeira do início do Século XX, com dois andares e sótão cuja fachada teve seu lado leste alterado. Com seis eixos forométricos, a fachada se desenvolvia em um único plano. Com a reforma foi criado, no andar superior, um chanfro no canto leste que recebeu uma janela e, no térreo, realizado um chanfro ainda maior onde foi instalada uma nova porta. A porta existente foi relocada e recuada e a janela entre as duas portas teve sua largura reduzida. Possivelmente prevendo o prolongamento da rua, com o qual, a casa ficaria na esquina. Nesta mesma reforma deve ter se dado a colocação das pilastras e a cimalha, que se manteve em um ângulo reto. O lado oeste permaneceu sem alterações.

As tábuas, com comprimento em toda a altura são do tipo macho-e-fêmea frisadas e curiosamente, também com mata-juntas. O telhado é em duas águas desiguais com telhas de aço zincado. As portas são com bandeira e duas folhas. As janelas são de guilhotina, sendo as do térreo com a folha superior maior como se tivesse bandeira. Em seu interior está montada a maquete do centro histórico.

local

Av. dos Imigrantes, 163, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 30 - GREZZANA, Giácomo

Casa 32 - BRAVATTI, Amadeu

Foto de capa da Casa 32 - BRAVATTI, Amadeu

Histórico

A partir de 1896 teve início a construção deste prédio. O proprietário Amadeu Bravatti faleceu antes da conclusão. Deixou a viúva Tereza e dois filhos. Ela era conhecida como Tereza de Madio e morava em uma casinha nos fundos da construção, chamada de Casa de Alvise (ROVEDA, 2005), nome veneziano para Aloisio.

A casa inacabada foi vendida para Domingos Grazziotin, que concluiu a obra. Com a separação da firma dos irmãos Grazziotin, em 1917, Domingos vendeu o imóvel e a loja para o irmão Giuseppe. Outros irmãos - Francisco, Antônio e Pelegrino - abriram empresas do mesmo ramo – de secos e molhados - no entorno da praça, e o fato interessante é que os clientes foram divididos por sorteio entre os quatro irmãos.

O prédio sempre serviu para vários fins comerciais e de serviços, como o Café Nacional e a Central Telefônica de Antônio Prado, essa de 1968 a 1982. 

Na década de 1950 foi realizada reforma na parte interna da casa, o pavimento superior foi separado do térreo, sendo isolada a escada interna e feita uma externa, possibilitando assim duas habitações. Posteriormente houve outra reforma de ampliação. Na década de 1950, com a morte de Guiseppe, o imóvel ficou de herança para seus descendentes.

 

Arquitetura

Este prédio de esquina e de alvenaria teve sua construção no final do Século XIX. Pelo seu telhado em três águas, ausência de aberturas e espaço vazio no lado leste, deduz-se que era planejada uma ampliação que se realizaria apenas no final do Século XX com um projeto em uma linguagem mais moderna, que manteve o volume na mesma altura, porém destacado do prédio original.

A fachada da avenida tem uma composição clássica: em cada cunhal, uma pilastra rusticada e modulada, com base, fuste e capitel, unidas por um entablamento com arquitrave, friso em que se alternam tríglifos e rosetas nas métopas, e a cornija. Possui três portas em verga reta no térreo e, no pavimento superior, três janelas de arco pleno, com molduras e semelhantes às da Prefeitura. A do meio emparedada desde o início. Sob os peitoris, adornos de losango com um círculo inscrito. Na fachada da rua, janelas em arco abatido e óculos junto ao beiral. As aberturas são com bandeira, sendo as portas em duas folhas e as janelas de abrir à francesa com tampões internos. A cobertura é em três águas e telhas de aço zincado.

local

Av. dos Imigrantes,235, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 32 - BRAVATTI, Amadeu

Casa 33 - GALPÃO DE PEDRA

Foto de capa da Casa 33 - GALPÃO DE PEDRA

Histórico

O Galpão de Pedra foi construído no pátio da Casa Miller (prédio 35) como apoio e depósito da loja de secos e molhados daquele estabelecimento. Próximo a ele ficava outro galpão, de madeira, que era utilizado para receber e negociar com os clientes, ocasionalmente servia  também para o pernoite dos tropeiros e descanso para os animais, já que o movimento da estrada Júlio de Castilhos era intenso na época – final do século XIX e décadas de 1910 e 1920.

A construção de pedra já teve diversos usos comerciais e de serviços, com destaque para um Gastro Pub e atualmente (2023) um escritório de arquitetura.

 

Arquitetura

O prédio conhecido como Galpão de Pedra era utilizado como depósito de materiais pesados da casa de comércio Miller. A sólida construção resistiu ao tempo e permanece até os dias de hoje, agora com outra utilização.

É uma edificação retangular, recuada do alinhamento da via, semienterrada e realizada com grandes blocos de pedra basáltica aparelhados e de tamanhos diversos. No oitão as pedras são irregulares. Sua cobertura é em duas águas com o oitão perpendicular à via e com telhas cerâmicas do tipo francesas. As aberturas são em verga reta com uma porta central deslocada para o leste e uma janela em cada lado. Todas possuem fechamento com vidro temperado. A janela do leste tem a verga alinhada com a porta e a do oeste, mais alta. As janelas têm grades e a porta, duas folhas de madeira. As vergas são com blocos inteiros de basalto. No centro de cada oitão, um óculo circular feito com tijolos. Mesmo com o caráter utilitário desta edificação de apoio, há preocupação estética: a cimalha que suporta o pequeno beiral tem em suas extremidades um elegante acabamento com curva e contracurva.

local

Av. dos Imigrantes, s/n°, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 33 - GALPÃO DE PEDRA

Casa 34 - BARISON, Reinaldo

Foto de capa da Casa 34 - BARISON, Reinaldo

Histórico

Reinaldo Barison, filho de imigrantes italianos, chegou em Antônio Prado na década de 1920. Casou-se com Inês Grazziotin e tiveram dois filhos. Pecuarista e madeireiro, vivia mais em Vacaria, onde tinha negócios.

Na década de 1940, Reinaldo construiu a casa de madeira nos fundos da propriedade do sogro, Domingos Grazziotin. No térreo instalou seu escritório, dois quartos e cozinha. No sótão havia mais dois quartos e a sala de costura de Inês.

Em 1945 a casa recebeu uma ampliação, onde foi instalada uma cozinha em alvenaria. A casa passou a ser usada somente para uso residencial e ficou de herança para um dos filhos de Reinaldo e Inês.

 

Arquitetura

A Casa Barison é uma edificação de esquina, de madeira, térrea, com fundação de pedras com amplo sótão, quase um segundo pavimento, pois suas paredes laterais atingem a altura da metade das suas janelas. Lambrequins com linhas retas ornam seu beiral inclinado e seguem em seus dois beirais horizontais.

A cobertura é em duas águas com o oitão paralelo à avenida e as telhas são cerâmicas do tipo francesas. As paredes são com tábuas de madeira inteiras que atingem toda sua altura, com raras emendas. Na fachada da avenida, o térreo possui uma porta central e duas janelas laterais e no sótão, duas janelas centrais. Na fachada da rua, duas janelas, ficando um amplo espaço cego até o beiral devido à grande altura do sótão. As aberturas são em verga reta com bandeira, no térreo. As portas são em duas folhas e as janelas são de abrir à francesa com tampões. No lado norte, foi acrescentado um volume de alvenaria em uma água e uma varanda em duas águas igualmente decorada com lambrequins e guarda-corpo com madeiras recortadas em curvas.

local

Av. dos Imigrantes, 320, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 34 - BARISON, Reinaldo

Casa 35 - MILLER, Inocêncio de Mattos

Foto de capa da Casa 35 - MILLER, Inocêncio de Mattos

Histórico

Inocêncio Miller, nasceu em Passo Fundo em 1865. Recebeu o título de Coronel da Guarda Nacional e em 1899, quando da emancipação política de Antônio Prado, foi nomeado intendente provisório para organizar a primeira eleição do município. Como candidato, ganhou as eleições. Além de político, tinha um armazém neste prédio de alvenaria, com data de construção antes de 1899.  A casa era térrea com porão, composta pelo salão da loja, uma sala e uma cozinha. Nos fundos do lote ficavam dois galpões, o de pedra (casa 33) e um de madeira usado para atender os clientes e hospedar tropeiros que vinham de vários lugares para fazer negócios em Antônio Prado.

Em 1910 os Irmãos Grazziotin Ltda compraram o imóvel e a loja de Miller. Em 1915, foi instalada junto à loja dos irmãos, uma agência do Banco Pelotense, sendo Domingos Grazziotin o correspondente.

Em 1917, com a divisão da empresa dos irmãos, a casa ficou com Domingos. Em 1927 ele contratou Máximo Chiesa, construtor, para fazer o piso superior, com sete quartos, o “quarto de banho” e uma saleta com sacada. Na década de 1950 foi feita mais uma reforma. O imóvel ficou para os herdeiros de Domingos e seu uso segue sendo misto.

 

Arquitetura

Este casarão de esquina em alvenaria, com dois andares mais porão e sótão, tem tratamento diferente nas suas duas fachadas. A fachada com frente para a praça tem composição clássica simétrica e tripartida – como a Prefeitura. Um corpo central ressaltado engloba duas portas no térreo e no superior. Estas dão para uma sacada sustentada por três mísulas recortadas e com guarda-corpo de balaústres de concreto. Nos cunhais, pilastras de toda a altura. No térreo, frisos rebaixados comparecem no corpo central e nas pilastras. Frisos e uma cimalha no beiral percorrem todo o prédio. A fachada da avenida é plana. O porão é rusticado com falsa estereotomia. O volume anexo apresenta os mesmos balaústres da sacada e lambrequins.

As esquadrias são de verga reta com bandeira, as janelas de abrir à francesa com tampões internos e as portas em duas folhas. Uma vitrine substituiu uma janela quebrando a simetria da fachada da praça. A fachada da avenida apresenta dois grandes óculos circulares com grades de ferro forjado. A cobertura é em quatro águas com pequena mansarda para o sótão e telhas de aço zincado.

local

Rua Francisco Marcântonio, 5 e 13, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 35 - MILLER, Inocêncio de Mattos

Casa 36 - LETTI, Stefano

Foto de capa da Casa 36 - LETTI, Stefano

Histórico

Stefano Letti nasceu na Itália e chegou ao Brasil em 1878, com a mãe, já viúva e irmãos. Motivados pela intensa rota de comércio em Antônio Prado, deram início a uma casa comercial na cidade. Em 1890 adquiriram um lote com o casarão de alvenaria. Não há registros se a casa foi concluída pelos irmãos Letti ou se já estava pronta. Stefano assumiu os negócios e residiu com a família no mesmo prédio onde instalou a Casa Letti. Ao lado direito foi construído um anexo, onde funcionou um açougue, de Angelin Letti.

O sobrado tinha a loja, quartos e cozinha na parte térrea, em cima mais quartos e o granaro- expressão em italiano para identificar parte do sótão - que servia de depósito, inclusive para secagem e conservação de cereais.

Na década de 1920 a Casa Letti abrigou, a sede do banco da Provincia do Rio Grande do Sul, cujo responsável era Máximo Letti, que sofreu um assalto quando se dirigia a Caxias do Sul com valores do banco. Episódio que fez com que a agência fosse fechada.

Stefano atuou em várias frentes no município, com destaque para a fundação da primeira cooperativa agrícola de Antônio Prado. Após sua morte em 1934, o casarão passou por vários herdeiros/proprietários da família, até 1958, quando foi vendido para o comerciante Ernesto Marcon que seguiu utilizando para comércio e residência.

 

Arquitetura

A Casa Letti, Stefano é um casarão de alvenaria de tijolos, planta quadrangular e com fachada de elementos singelos. Possui dois pavimentos mais porão e sótão.

O porão, de pedras irregulares e tijolos, possui, na fachada lateral, óculos circulares com grades de ferro forjado. A cobertura é em quatro águas com telhas de aço zincado. É utilizado como sótão tendo uma pequena mansarda no lado leste. A fachada frontal possui quatro eixos forométricos com duas portas centrais e uma janela em cada lado, no térreo. No pavimento superior, quatro janelas. Há um século de revestimento rústico, um friso na altura das vergas das aberturas do térreo e pilastras lisas nos cunhais que aliadas ao friso na mesma largura junto à cimalha conforma um pórtico. As aberturas são em verga reta, sendo as janelas de guilhotina com tampões internos e as portas em duas folhas com a parte superior envidraçada. O nível do piso térreo é superior à soleira, gerando degraus internos. No lado sul foi construído um anexo de um andar com frontão triangular e uma porta com bandeira, do qual resta, atualmente, apenas a parede frontal.

local

Rua Francisco Marcântonio, 25, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 36 - LETTI, Stefano

Casa 37 - FACCIOLI, Vitório - Intendência e Prefeitura

Foto de capa da Casa 37 - FACCIOLI, Vitório - Intendência e Prefeitura

Histórico

O primeiro proprietário do prédio da prefeitura, Vitório Faccioli, nasceu na Itália em 1869. Chegou ao Brasil em 1875. Depois de Porto Alegre e Caxias do Sul, Vitório foi residir em Antônio Prado onde instalou um moinho e fábrica de cervejas na estrada para Vacaria (atual Rua Vitório Faccioli). Em 1896 adquiriu uma área no centro do povoado e ali começou a construção de uma ampla casa de alvenaria, para uso comercial e residencial. A edificação era considerada uma mansão na época e a família de Vitório acabou não residindo ali, pois já em 1899, com a emancipação do município, o prédio foi alugado para ser a sede da Intendência.Em 1921 o imóvel foi vendido para o poder municipal, reunindo várias funções de uso, como a cadeia, que ficava no porão.

O prédio e a praça foram palco de um grande conflito ocorrido em 1936, entre líderes políticos envolvendo produtores rurais, quando ocorreram várias mortes.

Muitas adequações foram realizadas no decorrer dos anos, com destaque para a década de 1960, quando passou por “modernização” com modificação das janelas e portas e outra em 1986, com ampliação na parte dos fundos ganhando espaço para abrigar a Câmara de Vereadores, que em 2008 mudou-se para prédio próprio.

 

Arquitetura

O prédio da Prefeitura, construído para residência, sempre serviu ao governo municipal desde o início do Século XX. Sua fachada é de composição clássica tripartida. Na horizontal: base, corpo e coroamento e na vertical: corpo central e corpos laterais.

A base é marcada por um sóculo de lajes de pedra basáltica na altura do porão. O corpo engloba os dois andares e o coroamento se faz pela cimalha, reforçado pelo frontão. O corpo central é ressaltado tendo no térreo uma abertura em arco abatido, bandeira venezianada e porta em duas folhas entalhada com motivos fitomórficos. No pavimento superior, uma sacada de ferro forjado sustentada por três mísulas curvas com acesso por duas portas de arco pleno e bandeira. Acima, um frontão triangular com um óculo circular no centro do tímpano. Pilastras duplas reforçam a marcação do corpo central. Nos corpos laterais, duas janelas de arco pleno em cada lado e em cada andar com enquadramento ressaltado e pilastras nas extremidades de cada corpo. As janelas do térreo possuem venezianas.  A cobertura é em quatro águas com telhas de aço zincado.

local

Rua Francisco Marcântonio, 57, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 37 - FACCIOLI, Vitório - Intendência e Prefeitura

Casa 38 - MARCÂNTONIO, Camilo

Foto de capa da Casa 38 - MARCÂNTONIO, Camilo

Histórico

Camilo Marcantônio, nasceu em 1835 na Itália. Chegou àColônia Caxias em 1877. Em 1886, quando a Colônia Antônio Prado foi fundada, atravessou o Rio das Antas, com outras famílias, no Passo do Simão, e ali se fixou por quatro anos. Além de ser designado para construir o barracão no local, Camilo foi também contratado pelo Governo Estadual para demarcar os lotes e abrir o caminho para a sede da nova colônia, por isso é considerado um dos fundadores de Antônio Prado. No Passo do Simão, uma área plana à beira do rio, foram instalados armazéns, engenho, casa para o capelão e cemitério.

Em 1900, Marcantônio se mudou para o povoado e adquiriu grande área. Contratou o marceneiro Nodari para construir o casarão de madeira e pedra, coberto com tabuinhas. Além de residência, o local tinha armazém, açougue, serraria, selaria, carpintaria, depósito, galpões e estrebaria. No porão eram feitas as linguiças e morcilhas - para consumo próprio - e o vinho, feito de parreirais próprios e de terceiros.

Uma grande reforma foi feita na década de 1960, quando a praça Garibaldi foi rebaixada.

Após a morte de Camilo em 1905, o filho Francisco assumiu os negócios e o prédio foi dividido. Atualmente é utilizado como residência, comércio e serviços.

 

Arquitetura

A Casa Marcantônio, Camilo impressiona pelo seu porte e localização. É um casarão de esquina, de madeira, com dois andares, mais sótão e porão de pedra que se apresenta com quatorze eixos forométricos – quatro pela avenida e dez pela praça, abrigando três imóveis distintos.

A cobertura de aço zincado cobre os três imóveis e unifica o conjunto. Pela avenida, lado norte, é um telhado com três águas com uma pequena mansarda no lado leste e, no lado sul, em duas águas de tamanhos diferentes e com oitão. A destacar as terminações curvas do espelho do beiral. As paredes são com tábuas no comprimento da altura dos dois andares, com mata-juntas, exceto no trecho norte da fachada da praça que é do tipo macho-e-fêmea. O porão de pedra é em grandes blocos basálticos aparelhados e possui porta e duas janelas em arco abatido. As demais aberturas são em verga reta e variadas: com e sem bandeira, de guilhotina, de abrir à francesa e com e sem venezianas. Na fachada da praça, duas portas foram rebaixadas quando da abertura da rua, chegando uma a ficar com a verga abaixo do peitoril das janelas. 

local

Rua Francisco Marcantônio, 77, 91 e 97, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 38 - MARCÂNTONIO, Camilo

Casa 39 - BOCCHESE, Antônio - Casa da Neni

Foto de capa da Casa 39 - BOCCHESE, Antônio - Casa da Neni

Histórico

Antônio Bocchese e Maria Marian, imigrantes italianos, casaram-se em Antônio Pradono ano de 1904. Antônio adquiriu um lote com uma casa térrea de alvenaria em 1909.No lugar da casa antiga mandou construir esta casa de madeira, com dois pisos, em 1910. Os marceneiros responsáveis pela obra foram Máximo Empinotti e os irmãos Nodari. A casa foi planejada para instalar na parte térrea, de frente para a rua, a ourivesaria de Antônio, que trabalhava com ouro, prata e outros metais.

Após a morte de Antônio, o imóvel ficou com a filha Joana Magdalena, conhecida como Neni. Durante anos ela manteve uma loja de comércio de objetos variados, a qual todos chamavam a “Casa da Neni”. Muito querida pelos parentes e pela comunidade, Neni, era descrita como uma pessoa alegre, generosa e jovial. Neni faleceu em 1981.

A casa foi adquirida, em 1983, por Valdomiro Bocchese Participações Societárias Ltda, que realizou um restauro na época. Em 1985 o bem foi tombado, e no ano seguinte, foi símbolo das comemorações do centenário da Colonização Italiana em Antônio Prado. Em 1995, a casa serviu como cenário do filme o Quatrilho, juntamente com outras casas do centro histórico. Atualmente  o prédio abriga o Museu Municipal de Antônio Prado.

 

Arquitetura

Casa-símbolo da cidade, a Casa da Neni caracteriza-se por seus rebuscados adornos em serra-de-fita: lambrequins nos beirais frontais e laterais e, nos vértices do frontão, ornamentos em madeira torneada e serrada à maneira de acrotérios gregos.

A estrutura e paredes são em madeira dupla do tipo macho-e-fêmea com dimensões da altura dos pavimentos, estes  marcados por frisos horizontais. Nos cunhais, pilastras com pequenos frisos horizontais na parte superior. As esquadrias são em verga em arco pleno com bandeira na fachada frontal e em verga reta nas laterais. As janelas são de guilhotina com tampões internos e as portas são em duas folhas com a parte superior envidraçada. Sua fachada frontal é simétrica e apresenta cinco eixos forométricos com três portas no térreo, que denota seu uso comercial, e uma janela em cada lado. No lado sul, a janela foi substituída por uma vitrine. No pavimento superior uma porta central com sacada metálica e duas janelas laterais. No sótão uma pequena janela central.

local

Rua Luiza Bocchese, 34, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 39 - BOCCHESE, Antônio - Casa da Neni

Casa 40 - GRAZZIOTIN, Pelegrino

Foto de capa da Casa 40 - GRAZZIOTIN, Pelegrino

Histórico

Pelegrino nasceu em 1875, na Itália e chegou ao Brasil em 1879, com pais e irmãos. Casou-se em Antônio Prado em 1897 com Anna maria Empinotti e tiveram 15 filhos.

Pelegrino mandou construir este sobrado de madeira para uso residencial e para instalar seu comércio de secos e molhados na parte térrea. A loja era equipada com grandes balcões de madeira, balança mecânica, além de equipamentos de escritório. No andar superior havia seis quartos e um grande corredor. A casa ainda possuía sótão que servia como depósito para a loja. A cozinha era de alvenaria e separada da casa, ligada por uma varanda. O banheiro também  ficava em anexo a casa. No pátio ficava um grande galpão, que era utilizado para abrigar os viajantes que por ali circulavam.

Pelegrino faleceu em 1930 e a loja foi mantida por mais alguns anos pelos filhos. Em 1961 os proprietários da empresa De Boni, Baggio e Cia Ltda adquiriram o imóvel que já abrigava a Casa Renner e uma alfaiataria.

 

Arquitetura

Esta casa mantém seu uso comercial, porém foi despojada de seus ornamentos em serra-de-fita – lambrequins e acrotérios, semelhantes à Casa da Neni. Mantém, como destaque, nas fachadas laterais, as cimalhas em madeira com curva e contracurva em peça única e as típicas janelas contraplacadas.

A estrutura e paredes são em madeira com tábuas largas com mata-juntas no piso térreo e superior e macho-e-fêmea no sótão. O comprimento das tábuas é da altura dos pavimentos, exceto nas laterais em que uma tábua inteira recobre os dois pavimentos. Frisos horizontais marcam os pavimentos e verticais os cunhais e o centro do prédio à maneira de pilastras. As esquadrias são todas em verga reta, sendo as janelas em guilhotina e as portas em duas folhas com a parte superior envidraçada. A fachada frontal simétrica possui quatro eixos forométricos com duas portas no térreo e uma janela em cada lado. No lado sul, a janela foi substituída por uma vitrine. No pavimento superior, quatro janelas e no sótão, duas.

 

 

local

Rua Luiza Bocchese, 38, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 40 - GRAZZIOTIN, Pelegrino

Casa 41- MARCÂNTONIO, Grazziotin

Foto de capa da Casa 41- MARCÂNTONIO, Grazziotin

Histórico

Francisco Marcantonio nasceu na Itália em 1870 - filho de Camilo e LuiggiaDuccatti -casou-se em Antônio Prado em 1895 com Angelina Grezzana e tiveram 8 filhos, entre eles Rina, que se casou com Jaques Grazziotin e cedo ficou viúva. Rina e a filha Ana receberam de herança o lote ao lado da casa do sogro, em frente a praça. O pai de Rina construiu então esta casa, em 1940, para alugar e ajudar financeiramente a filha e neta. Os primeiros moradores foram o cunhado Hilário e Alba, irmã de Rina.

A casa foi projetada para comércio nas salas da frente e sala, cozinha e banheiro nos fundos. Em cima quatro quartos e o sótão. No pátio havia galinheiro, forno a lenha, galpão, pomar, poço de água e a oficina de fundição de metais de Hilário, que era ourives e mantinha sua relojoaria e ourivesaria de frente para a rua.

Em 1950, Hilário e família foram para Caxias do Sul e a casa foi comprada pelo gerente da loja, AngelinPegoraro. A casa ficou na família e segue com uso comercial e de residência.

 

Arquitetura

Esta elegante casa é caracterizada por seus lambrequins com recorte em linhas retas na sua parte inferior e curvas na superior. Suas tábuas do tipo macho-e-fêmea são do comprimento de seus dois pavimentos, tanto na fachada central quanto nas laterais.

Não apresenta frisos ou cunhais marcados por pilastras. Apenas o oitão do sótão, com o mesmo tipo de tábuas, possui um leve ressalto. As esquadrias são todas em verga reta. Nas fachadas laterais de guilhotina e na fachada principal com bandeiras. No térreo, duas portas de abrir em duas folhas com a parte superior envidraçada e uma vitrine com cortina de madeira de enrolar, ao centro. No pavimento superior, duas janelas nas extremidades, mais largas que as portas, em três partes, de abrir nos lados e fixas ao centro e com tampões internos. No sótão ao centro, uma janela menor, com a mesma composição. A fachada frontal é simétrica com três eixos forométricos e sua cobertura é em duas águas com oitão paralelo à via e com telhas cerâmicas do tipo francesas.

 

 

local

Rua Luiza Bocchese, 54, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 41- MARCÂNTONIO, Grazziotin

Casa 42 - MENGATTO, Antônio

Foto de capa da Casa 42 - MENGATTO, Antônio

Histórico

Antônio Mengatto, agricultor, adquiriu o terreno do governo do Estado do Rio Grande do Sul em 1896. Mesmo antes de ser expedido o título da propriedade, Antônio já havia iniciado a construção da casa de alvenaria. Em 1906 a casa foi vendida, para Pelegrino Grazziotin, que morava ao lado e investiu neste prédio para alugar.

Ao longo dos anos a casa foi alugada para diversos fins: hotel, grupo escolar, agência do Banco Porto-alegrense, casa de comércio de calçados e roupas, consultório dentário, salão de beleza, secretarias municipais e biblioteca pública.

Atualmente, em 2023, o prédio sedia um comércio de cosméticos e outros serviços na parte de trás.

 

Arquitetura

A Casa Mengatto é um dos prédios mais antigos da cidade. É um sobrado de alvenaria de tijolos com paredes de 50 cm de espessura, fundação de pedras e cobertura em quatro águas com curto beiral e com telhas de aço zincado.

Sua fachada principal é simétrica com cinco eixos forométricos. No térreo uma grande porta central com duas janelas em cada lado e no pavimento superior, cinco janelas de mesmo tamanho. As esquadrias são de verga reta, com bandeira fixa e duas folhas de abrir à francesa. No pavimento superior, destinado para habitação, as janelas recebem tampões internos de madeira. Todas as esquadrias possuem uma moldura em argamassa. Os cunhais possuem pilastras simples. Um friso horizontal marca o piso do pavimento superior e uma cimalha arremata a fachada junto ao beiral e envolve as pilastras. A cobertura é em quatro águas com telhas de aço zincado.

local

Rua Luiza Bocchese, 68, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 42 - MENGATTO, Antônio

Casa 43 - ZANELLA, Luciano

Foto de capa da Casa 43 - ZANELLA, Luciano

Histórico

Luciano Zanella, filho de imigrantes italianos, nasceu em Vila Ipê em 1889. Em 1918 adquiriu um terreno em frente a praça de Antônio Prado e em 1919 mandou construir uma requintada casa de madeira, com lambrequins nos beirais e portas com entalhes. Após cinco anos, Zanella vendeu a casa para um conterrâneo, que a revendeu no mesmo ano e pelo mesmo valor (dez contos de réis) para Rizzieri e Ildengona Biazus Letti. A casa foi registrada em nome do único filho do casal, Horácio Letti.

A família já tinha um café, próximo a Igreja, e com a compra da casa, o transferiram para esta casa. Além da tradição de bem servir, um rádio ligado em frente ao café ajudava a atrair os clientes, especialmente aos domingos depois da missa matinal.

Durante a Revolução de 1923, parte da casa foi usada como apoio ao hospital, para atender feridos. Após 1936, Nona Gonda passou a viver sozinha e trocou o café por uma sala de costura com diversos serviços, período em que alugou uma parte da casa para vários fins, inclusive para o Posto de Higiene Municipal.

Em 1965 o térreo da casa passou por grande reforma, com acréscimo de uma parte de alvenaria. Falecida em 1974,Nona Gonda e a sua casa e marcaram a história da cidade. 

 

Arquitetura

A Casa Zanella é uma rebuscada edificação térrea e com amplo sótão. Possui lambrequins na fachada principal e nas laterais, e acrotérios nos vértices do frontão. Suas altas portas almofadadas apresentam entalhes fitomórficos nas almofadas inferiores.

Foi revestida com tábuas de madeira tipo macho-e-fêmea: frisadas e mais estreitas na fachada principal e mais largas e lisas nas fachadas laterais. Sua base possui tratamento imitando blocos de pedra. A fachada é simétrica com quatro eixos forométricos, apresentando, no térreo, duas portas centrais e duas janelas laterais. No sótão, duas janelas alinhadas com as portas. As esquadrias são de verga reta com bandeiras fixas e com molduras em madeira. As janelas são de abrir à francesa com tampões internos. As portas são em duas folhas com vidros na parte superior e veneziana entre a porta e a bandeira. Na fachada principal, as tábuas do térreo vão até a altura de um friso horizontal localizado à altura do peitoril das janelas do sótão. Nas fachadas laterais, as tábuas seguem até a altura do beiral.

local

Rua Luiza Bocchese, 80, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 43 - ZANELLA, Luciano

Casa 44 - GRAZZIOTIN, Selene Zanella

Foto de capa da Casa 44 - GRAZZIOTIN, Selene Zanella

Histórico

Selene Zanella nasceu em 1885 na Itália, casou-se com Francisco Grazziotin e, em 1922, o casal adquiriu de Luiz Mondadori uma chácara de 2 hectares muito próxima à sede de Antônio Prado, sem benfeitorias. Francisco faleceu em 1937 e Selene e os filhos decidiram construir a casa, em 1938,  para encontros da família nos finais de semana. Selene morava no entorno da Praça Garibaldi mas passava os dias na nova casa, plantando e mantendo os jardins e o pomar.

Anos mais tarde, a parte térrea da casa foi usada como residência do filho Mario e família e a parte superior pela filha Laura e esposo. Em 1950 Selene vendeu a propriedade para Zulmiro Della Giustina e este em 1967 para Claudio PolycarpoBocchese. Em 2023 o imóvel foi novamente vendido.

 

Arquitetura

Esta casa foi construída para o lazer, em meio a jardins em uma chácara aos fundos da igreja. Em posição elevada, se destaca por sua varanda frontal com lambrequins e uma mansarda no alinhamento, ao centro da mesma varanda, em uma composição de volume vazado, na horizontal e cheio, na vertical que lhe confere equilíbrio e graça.

É uma edificação com porão, térreo e sótão amplo em madeira com tábuas com mata-juntas. A cobertura é em duas águas. Uma varanda ocupa toda a fachada norte e tem três vãos: um central menor, sobre o qual se projeta a mansarda interrompendo o beiral. Guarda-corpos de madeira com recortes curvos circundam a varanda, exceto no acesso. Lambrequins ocorrem nas vergas da varanda, sendo que junto aos pilares, são maiores conformando um adoçamento dos cantos. As aberturas são em verga reta, sendo as janelas de abrir à francesa, com bandeira e venezianas. São duas em cada oitão do sótão e duas no térreo das fachadas leste e oeste. Na fachada norte, três na varanda e uma na mansarda. Há uma porta na fachada oeste e uma na fachada norte, ambas não originais.

 

local

Tr. Irmão Irineu, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 44 - GRAZZIOTIN, Selene Zanella

Casa 45 - PAIM SOBRINHO, Laurindo

Foto de capa da Casa 45 - PAIM SOBRINHO, Laurindo

Histórico

Rizzieri Tergolina, em 1916, construiu neste terreno uma casa de madeira, com cozinha e banheiro na parte externa. Em menos de um ano Rizzieri vendeu o imóvel para Máximo Letti e este, em 1918 para o Major Laurindo Paim Sobrinho.

Laurindo, filho de fazendeiros e proprietários de terras em Vacaria, já casado e com três filhos, optou por morar em Antônio Prado para que as crianças estudassem no colégio das freiras, instalado em 1900 na cidade. Em 1920 os irmãos Nodari assumiram a reforma da casa. As tábuas foram trocadas, lambrequins colocados, sacadas fechadas com vidros e uma varanda construída à direita da casa. Em cima desta, uma cozinha e um banheiro com banheira de água quente, aquecida por serpentina – um luxo para a época.

Os terrenos do entorno foram adquiridos e Laurindo projetou um grande e bem cuidado jardim. A propriedade, batizada de Vila Olívia em homenagem a sua esposa Maria Olívia, recebeu figuras ilustres da política estadual, entre eles Joaquim Francisco de Assis Brasil.

Em 1936, Laurindo passou a posse da casa ao Banco do Estado do Rio Grande do Sul. Em 1944, Laurindo Da Poian adquiriu o imóvel e o vendeu em 1967 para o Dr. Mario Bocchese e este, em 1989 para o Dr. Júlio Mânica, que com recursos próprios mandou restaurar toda a casa, em 1998.

 

Arquitetura

O grande atrativo desta casa de madeira está nos fundos: são as varandas com guarda-corpo de madeira torneada e lambrequins que conformam arcos abatidos e vergas retas com cantos adoçados, inclusive no sótão, e que possuem fechamento de vidro temperado. Os lambrequins tambémestão nos beirais, sendo que nos inclinados são mais elaborados, ultrapassam a linha superior do telhado e possuem acrotérios nas extremidades.

É uma casa com dois pavimentos mais sótão, porão e cobertura em duas águas com oitão paralelo à via e telhas cerâmicas do tipo francesas. As tábuas são da altura dos dois pavimentos e do tipo macho-fêmea frisadas. A fachada frontal possui, no térreo, uma porta central e duas janelas, três janelas no pavimento superior e uma no sótão. A porta é com duas folhas com parte superior envidraçada. As janelas são com bandeira, exceto a do sótão. São com folhas de abrir à francesa com tampões internos com entalhes de losangos curvos. O acesso à residência se faz pela face oeste, onde se vincula a parte nova com a antiga.

local

Rua Cesira Barrueco, 321, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 45 - PAIM SOBRINHO, Laurindo

Casa 46 - GRAZZIOTIN, José

Foto de capa da Casa 46 - GRAZZIOTIN, José

Histórico

José Grazziotin, nasceu em Antônio Prado em 1905. Por ocasião de seu casamento com Ida Golin, em 1929, mandou construir esta casa. O construtor foi o marceneiro Angelo Rossi. A casa foi feita totalmente de madeira, com paredes simples. Possuía na parte térrea, uma sala pequena e uma grande, dois quartos, uma varanda e a cozinha. Na parte superior havia mais dois quartos, o banheiro era separado da casa.

O casal morou por pouco tempo, ainda em 1929, venderam a casa para Guilherme Grazziotin, irmão de José. Além de moradia para a família Grazziotin, a casa foi também sede dos Correios e Telégrafos em uma das salas do térreo. Em 1948 Alcino Grazziotin, também irmão, comprou a casa para morar com a família. Neste período foi construído um banheiro de alvenaria e a casa recebeu nova pintura. A casa foi também alugada para terceiros e, em 1952 recebeu uma segunda parede de madeira em toda a casa, para proteção ao forte frio da região. Em 1966 Alcino vendo o imóvel para Valdomiro Bocchese que depois vendeu para Felizardo Marques. Atualmente seu uso é residencial.

 

Arquitetura

Esta casa de madeira construída para residência se caracteriza pelo fato de sua porta de acesso não estar localizada na sua fachada frontal, e sim, na lateral sul. É uma edificação com amplo sótão, quase um segundo pavimento, pois suas paredes laterais atingem a altura da metade das suas janelas.

A cobertura é em duas águas com o oitão paralelo à avenida e com telhas de aço zincado. As paredes são com tábuas de madeira do tipo macho-e-fêmea frisadas cujo comprimento vai do piso até os beirais laterais situados na altura da metade das janelas do sótão onde, no oitão, ocorre um plano ressaltado. As aberturas são em verga reta e possuem bandeiras de vidro fixas, exceto as duas do sótão. A porta é em duas folhas com a parte superior envidraçada e as janelas são de abrir à francesa com tampões internos. As quatro janelas do térreo da fachada frontal são maiores do que as das fachadas laterais, mas mantêm o peitoril na mesma altura. A altura menor destas aberturas aumenta o trecho cego entre a verga e o beiral horizontal, que é causado pela altura das paredes laterais do sótão.

 

local

Rua Adylles Ampessan, 54, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da Casa 46 - GRAZZIOTIN, José

IGREJA MATRIZ - Sagrado Coração de Jesus

Foto de capa da IGREJA MATRIZ - Sagrado Coração de Jesus

Histórico

A primeira missa em Antônio Prado foi celebrada em 1888, no barracão dos imigrantes pelo Pe. Alexandre Pellegrini nascido em 1829 na Itália, onde foi ordenado padre. Logo teve início a construção da primeira igreja, próxima a atual, com devoção a N. Sra. do Rosário. 

A nova Igreja começou a ser construída em 1891 e essa primeira etapa foi concluída em 1897. O padroeiro, por sugestão do Pe. Alexandre, foi o Sagrado Coração de Jesus. A casa paroquial foi feita com recursos do próprio padre, que a deixou em testamento para a igreja em troca de missas anuais para sua alma.

Em 1897 assumiu o Pe. Fasulo, responsável por reformas e embelezamento do templo que foram executadas pelo construtor Máximo Chiesa. Em 1900foi elevadaa Paróquia.

Em 1911, os 3 sinos chegaram em carretas e em 1912 foram colocados no campanário de madeira erguido ao lado da Igreja, por Máximo Empinotti e os irmãos Nodari, sob a supervisão do Pe. Benini.

O projeto do arquiteto Zani foi executado em 1928, incluindo a colocação de vitrais, nova escadaria, relógio, portas, púlpito, altares e confessionários. Os trabalhos em madeira foram feitos pelo italiano Antônio Busetto e a pia batismal pelo português Custódio dos Santos. Na década de 1950, a pedido do Pe. Mânica, o artista italiano Emilio Zanon fez as pinturas internas da Igreja. 

 

Arquitetura

A Igreja Matriz é a maior obra arquitetônica da cidade. Localiza-se em frente à praça, no alto e com monumental escadaria. Sua planta é em cruz latina e sua fachada eclética combina elementos renascentistas e barrocos.

A fachada é simétrica com porta em verga reta. Acima, um frontão reto interrompido por um vitral circular. Nas laterais, janelas em arco pleno. Acima dessas, medalhões com as imagens de Jesus e Maria. Seis pilastras duplas com capitéis compósitos sustentam o entablamento. Acima e ao centro, um frontão circular com um brasão episcopal. O coroamento da fachada tem o relógio ao centro, esculturas dos santos Pedro e Paulo e uma sucessão de volutas, frisos, capitéis, anjos, putti, guirlandas, compoteiras e, no topo, uma cruz.

A nave é em abóbada de berço e o cruzeiro e os transeptos, de arestas. O presbitério possui semicúpula. Admiráveis são o coro sobre o vestíbulo, os pisos hidráulicos, as pinturas nas paredes e forro, os vitrais e os trabalhos de madeira como as portas entalhadas, os altares laterais pintados com mármore fingido, o púlpito, confessionários, quadros da via sacra e o batistério sobre pia de pedra lavrada.

local

Av. dos imigrantes, s/n°, Antônio Prado-RS

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Foto de capa da IGREJA MATRIZ - Sagrado Coração de Jesus

Mapa do Centro Histórico

Foto de capa da Mapa do Centro Histórico
Foto de capa da Mapa do Centro Histórico

Localização completa de todas os imóveis que fazem parte do tombamento.

Foto de capa da Mapa do Centro Histórico
Foto de capa da Mapa do Centro Histórico